Hoje, ao término das aulas, eu fui buscar o meu neto que estuda na Escola Básica Santa Teresinha em Curitibanos. Por volta das 11:30 da manhã, já dentro do estabelecimento de ensino, vi na calçada um enorme besouro rinoceronte. Uma espécie muito comum por aqui no final da primavera e no calor do verão. Enquanto o artrópode se locomovia lentamente sobre a calçada à minha frente, tentando fugir do calor do sol escaldante da manhã, eis que numa fração de segundos surgiu um menino de uns 10 anos mais ou menos, a julgar pelo seu tamanho comparado com o tamanho do meu neto. Esse menino veio correndo e deu um chute violento no pobre ser vivo, lançando-o bem longe de onde estávamos, como se fosse uma pequena bola.
Sorrateiramente e sorrindo pelo feito, o garoto desapareceu com o mesmo ímpeto com que surgiu segundos antes. Não deu muito tempo para tentar impedir a ação do menino. Tudo foi muito rápido.
Pude então ficar perplexo com aquela atitude. Afinal de contas o pequeno animal era um ser vivo. Um ser vivo deve ser respeitado. Da mesma forma com que respeitamos um cachorro de estimação ou um gatinho, devemos respeitar esses animais sazonais que existem para manter certo equilíbrio na cadeia alimentar natural.
Ninguém ensinou ao pequeno menino as vantagens de deixar um besouro viver, pois além de impedir a proliferação de algumas moscas, o besouro aumenta a fertilidade do solo, aeração e consequentemente, a capacidade de suporte para pastagens. O besouro destrói larvas de vermes gastrointestinais e elimina os ovos das moscas que se desenvolvem nas fezes frescas dos animais.
Não é à toa que esses artrópodes existem. A natureza mantém o equilíbrio através de pequenos seres vivos, Uma pena que o menino não saiba disso. O que faltou? Educação em casa? Ele ainda é muito novinho e não lhe foi ensinado a respeitar os seres vivos?
Está mais do que na hora de aprender sobre isso, pois se uma criança cresce destruindo todos os animais e seres à sua volta, poderá não sentir muita pena ou comoção por um ser humano quando adolescente ou adulto.
A comparação é bizarra? Chocante? Está equivocada? Absolutamente! Ser vivo é ser vivo. Quantos bilhões de dólares já foram gastos tentando rastrear o espaço em busca de apenas um verme? Um micróbio? Um ser vivo? E se todos os humanos desaparecessem do planeta Terra e só sobrassem os besouros? Seriam importantes como seres vivos? Certamente que sim. Reflitamos sobre isso! Vamos ensinar os nossos pequeninos sobre a importância das mínimas criações da natureza.
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