Antonio Carlos Popinhaki
O assunto não é de agora, vem de muitos anos. Não creio que alguém possa datar exatamente quando os cachorros de rua começaram a incomodar os curitibanenses. Já houve debates de toda natureza, nas redes sociais, na Câmara de Vereadores, nos discursos políticos em épocas de eleição. A verdade é que ninguém conseguiu resolver esse problema. A resposta está nas ruas. Eles estão lá, em matilhas (mais de um grupamento).
Não é difícil encontrar uma matilha nas ruas centrais de Curitibanos, quer seja num dia útil ou num final de semana. Os cães não respeitam calendário. Dias atrás, eu contei 23 cães numa matilha em frente à agência da Caixa Econômica Federal.
Muitas sugestões já foram oferecidas: castração, abate por meios de injeção letal ou veneno, multas aos proprietários que não cuidam de seus “animais de estimação”.
Até ONGs voltadas aos “pets” (animais de estimação) foram criadas na cidade. Os proprietários de alguns supermercados da cidade têm incentivado seus clientes a doarem o troco solidário a fim de ajudar a manter funcionando essas ONGs. Os resultados parecem aquém do esperado. Pois os cães persistem em ocupar as ruas de Curitibanos, arriscando-se em meio aos veículos e pedestres.
Já vi cães avançarem contra pedestres, ciclistas e carros. Eu mesmo, certa noite tive esses cães me perseguindo desde a Avenida Salomão Carneiro de Almeida até em frente à Praça Centenário. Eu arrancava o veículo e a cachorrada avançava. Eu reduzia ou parava o carro e eles ficavam em volta. Não sei por qual razão eles agiram daquela maneira naquela noite.
Enfim, sei que este texto será apenas mais um no meio de vários textos já escritos e publicados por várias pessoas em periódicos, blogs e mídias. Creio que de todas as soluções apontadas, a multa aos proprietários dos animais é a mais eficiente.
Há algum tempo, a ONG Patinhas do Bem fez um levantamento que foi publicado, onde apontou seis cães e dois gatos para um habitante. Essa foi a conta de proporção entre o número de animais pertencentes às famílias de baixa renda e a população curitibanense. O levantamento foi realizado após um mapeamento exigido pelo Ministério Público.
O município de Curitibanos, com um Campus da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, com o funcionamento do curso de Medicina Veterinária precisa resolver esse problema. Não precisa maltratar os animais, mas tem que haver uma solução.
Se fossem ratos, poderiam utilizar o método de pagamento de alguns centavos por animal morto. Isso já foi aplicado na Europa e deu certo em alguns lugares. Mas cães e gatos são pets (animais de estimação). São criados para alegrar os humanos. Se os humanos morrerem todos, esses animais se extinguirão de tristeza e solidão. Eles dependem de nós, pois têm ainda, em sua essência de vida, um pouco do espírito selvagem.
Cada um deveria pensar bem na hora de tomar a decisão de possuir um animal de estimação. As nossas rodovias estão cheias de animais abandonados. O que é lastimável. Quase todas as propriedades rurais de Curitibanos abrigam praticamente uma dezena de cães que aparecem nas suas sedes cotidianamente esfomeados.
Foto da Internet (Portal Coroado)
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