quarta-feira, 5 de julho de 2023

O CAPÃO DA MORTANDADE E A BATALHA DE CURITIBANOS


Texto de Antonio Carlos Popinhaki


O meu objetivo com o presente texto é apenas mostrar a todos que tiverem acesso ao mesmo, alguns argumentos sobre a Batalha de Curitibanos, ainda, o local e as informações publicadas sobre o evento ocorrido em 12 de janeiro de 1840. Para tal pretensão, usarei artigos de jornais, livros e os escritos do próprio Giuseppe Garibaldi, registrado por ele próprio. Antes, farei um delineamento sucinto sobre o que estava em jogo no referido confronto.

A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, como ficou conhecida, originou-se no Rio Grande do Sul em 1835, em decorrência do tratamento dado pelo império, no âmbito fiscal, principalmente, na taxação de impostos sobre o charque bovino gaúcho, em detrimento ao mesmo produto produzido e comercializado pelo Uruguai. Alguns estancieiros, proprietários de charqueadas, se organizaram sob o comando de Bento Gonçalves e no dia 20 de setembro daquele ano, proclamaram a República Rio-grandense, ou República de Piratini, como ficaram conhecidas. Em 1839, entrou nas forças farroupilhas o mercenário italiano, Giuseppe Garibaldi. Em julho daquele ano, ele e o Coronel David Canabarro invadiram a cidade de Laguna, em Santa Catarina, tomando o local e proclamando a República Juliana, em alusão ao mês de julho. Garibaldi conheceu, naquela vila, a jovem Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, à qual ele chamou de Anita, vindo futuramente a ser a sua esposa. A nova República não se sustentou, pois em novembro do mesmo ano, os soldados imperiais expulsaram os farroupilhas de volta ao Rio Grande do Sul. Antes de atravessarem a fronteira, houve uma separação de forças, uma parte da tropa seguiu David Canabarro para o sul, pelo litoral. Quanto a Garibaldi, ele e sua amante Ana, à qual era chamada de Anita pelo italiano, juntamente com o Coronel Teixeira Nunes, seguiram pelo Caminho dos Conventos e desviaram para o Rio Grande do Sul, até atingir o território do município de Bom Jesus. A intenção da tropa era entrar novamente em Santa Catarina, na região de Lages, tomar a vila e se fortalecer com homens recrutados coercitivamente até obter um número significativo para retomar Laguna. Antes de atravessarem o Passo de Santa Vitória sobre o Rio Pelotas, agruparam-se com outros farroupilhas, formando um contingente de aproximadamente 500 homens. 

No Passo de Santa Vitória, travaram uma explícita batalha contra 2 mil soldados imperiais. Apesar de estarem em número bem reduzido, aproveitando-se de um erro grosseiro do comandante imperial, venceram a batalha, atravessando novamente para o lado catarinense, até atingir a vila de Lages. Dos 500 homens, após a contabilização das baixas, menos de 200 seguiram Garibaldi, Anita e os farroupilhas, os demais ficaram guarnecendo o Passo de Santa Vitória e outros seguiram para o Passo do Canoas. Tomaram a vila de Lages e permaneceram no local durante o mês de dezembro de 1839 e início de janeiro de 1840, quando, conforme as “Memórias de Garibaldi”, reuniram um grupamento e saíram de Lages em direção oeste. Naquela época, o povoado de Curitibanos e o de Campos Novos, bem como, toda a extensão territorial percorrida por Garibaldi, até o Rio Marombas, pertencia a Lages. Percorreram três dias até acamparem no Passo do Rio Marombas. Giuseppe Garibaldi escreveu: “em três dias de marcha chegamos a Coritybanos e acampamos. Isso é coerente, pois para uma Infantaria que caminha a pé, 33 quilômetros por dia é razoavelmente possível. Esse é um tempo reconhecidamente aceitável, pois um homem caminha 5 quilômetros por hora, em 10 horas, poderá atingir quase cinquenta quilômetros, dependendo da disposição e do nível de cansaço. Então, a distância de Lages até o Passo do Rio Marombas é de cerca de 100 quilômetros, ou seja, 33 quilômetros por dia.

Segundo as palavras de Garibaldi, no livro Memórias de Garibaldi:


Em três dias de marcha chegamos a Coritybanos e acampamos à pouca distância de Mampituba (aqui, ele trocou o nome dos rios Marombas por Mampituba), por onde julgávamos que deviam passar os imperiais. Colocamos um posto na praia (passo, lugar por onde se costumava atravessar o rio) e sentinelas nos sítios que julgamos conveniente, e ficamos muito descansados. Quanto a mim, o hábito que tinha destas guerras, fez com que, como se costuma dizer, dormisse com um olho aberto e outro fechado. Pela meia noite o posto que se achava na praia (no passo) foi atacado e com tanta fúria que os nossos soldados tiveram apenas tempo de fugir, trocando alguns tiros com o inimigo. Quando senti o primeiro tiro, pus-me logo a pé dando o grito de “Às armas.” Em poucos minutos todos estávamos prontos para o combate. Algum tempo depois de nascer o dia, o inimigo apareceu, e tendo passado o rio, parou a alguma distância formado em batalha. Vendo o número superior do inimigo, o coronel Teixeira deveria ter expedido correios para chamar em seu auxílio a segunda divisão, mas Teixeira temendo que ele se retirar-se, sem ter ocasião de combater, lançou-se no combate importando-se pouco da sua inferioridade numérica e da posição vantajosa que o inimigo ocupava.


Aprendemos até aqui que Garibaldi e o grupo de farroupilhas estavam acampados às margens do Rio Marombas, quando foram surpreendidos por um número bem superior de soldados imperiais. A batalha se iniciou no clarear do dia, no mesmo local. Não se tem notícias de que os farroupilhas foram perseguidos pelos imperiais e travaram a batalha longe do Passo do Rio Marombas. A escritora Zélia de Andrade Lemos escreveu que a batalha se deu em 12 de janeiro de 1840, nas margens do Rio Marombas. As forças farroupilhas eram compostas de cerca de 150 homens contra 500 soldados imperiais.

Garibaldi, em suas memórias, confirma que o número de seus homens era pequeno, frente ao efetivo militar do oponente. O exército farroupilha era composto por cerca de 80 homens de infantaria, uns 40 ou 50 da cavalaria, inclusive, Teixeira Nunes e pessoal do suprimento, onde estava inserida a futura esposa de Garibaldi, Anita. Dos 150 homens descritos anteriormente, a maioria do efetivo da cavalaria debandou logo no início da batalha, pois era composto de prisioneiros da batalha do Passo de Santa Vitória, capturados e forçados a mudarem de lado, igualmente, forçados a lutar por uma causa que lhes era estranha. Garibaldi, que comandava a infantaria, juntamente com 73 homens, não tendo como enfrentar tão volumoso exercito dos imperiais, fugiram para Lages através de um capão de mato fechado que existia perto do Rio Marombas. Anita e provavelmente, mais alguns foram capturados pelos soldados imperiais, sobrando cerca de 20 ou 30 vítimas do entrevero. 

Esse deve ser, efetivamente, o número de mortos na Batalha de Curitibanos, cerca de 20 ou 30. Garibaldi registrou que “o número de mortos e feridos de parte a parte foi pouco numeroso, porque as tropas que tomaram parte no combate eram diminutas”. É difícil descrever com exatidão esse número de soldados farroupilhas que acompanharam Teixeira Nunes e Garibaldi na Batalha de Curitibanos, bem como, o número de mortos. Entretanto, com segurança, posso afirmar que não era um número exagerado, como têm se espalhado pelo avançar dos anos, aumentando em centenas de mortos.

Annita Itália Garibaldi, neta de Giuseppe e Anita escreveu no seu livro, “Garibaldi na América”, na página 52, que o Coronel Teixeira Nunes:


Talvez envaidecido pela recente victoria, julgando quasi y segura também a próxima, Teixeira se encontra inesperadamente, (...) com o inimigo já informado do seu isolamento. Outro chefe teria feito alto para dar tempo a Garibaldi de se reunir a elle, chamando também o outro contingente, mas Teixeira não se deu conta sufficientesl da situação e acceitou a batalha sósinho. A tactica do inimigo consistiu em retroceder, attrahindo-o cada vez mais longe, até o rio e fazendo-o crer com a passagem dos cavallos e do gado para a outra margem do rio, que para lá tinha passado também a cavallaria. A realidade era que esta se escondia nos flancos da passagem do rio, entre os accidentes do terreno coberto de bosques. Teixeira caiu na cilada. Sua cavallaria foi surprehendida sob dois fogos de enfiada; desorganizou-se, retrocedeu e se pôz em fuga.


Aqui vemos claramente que Teixeira Nunes subestimou o número de cavaleiros do Império, deixou a infantaria de Garibaldi para tras e atacou, pensando ele que estava fazendo-os entrar no rio em fuga, não percebendo que estava caindo numa emboscada, pois os soldados imperiais estavam aguardando e escondidos nas encostas do rio. Foi nesse momento que os sobreviventes da cavalaria farroupilha debandaram. Somente esse foi o confronto, na barranca do rio. Outro confronto da infantaria de Garibaldi, que vinha na retaguarda da cavalaria e se escondeu numa capoeira, não resultou em grandes danos para nenhum lado. Os registros históricos apontam que Anita foi capturada e levada à presença do comandante, o Tenente-coronel Antonio de Melo Albuquerque, o qual permitiu que ela pudesse verificar entre os mortos, se o seu marido estaria entre eles. Não o achando, deu um jeito de fugir na escuridão da noite, embrenhando-se no mesmo capão de mato, por onde seu amante e os 73 homens haviam fugido no dia anterior. Todos, Garibaldi e seu grupo, bem como Anita, fugiram para Lages.

Quanto aos mortos da Batalha de Curitibanos, não se tem notícias sobre o sepultamento, qualquer informação de sepultamento em vala comum, é mera especulação e não revela a verdade, pois não há registros conhecidos sobre esse assunto. Não é e não era prática comum de nenhum exército, sepultar os corpos dos inimigos abatidos. Naquele caso, seria mais fácil, os soldados terem jogado os corpos no rio do que empreenderem esforços físicos cavando buracos ou valas. Se deixassem no campo aberto, os urubus fariam o serviço de limpeza. Se o comandante avisasse as autoridades locais para que providenciasse a retirada e o sepultamento dos corpos, seria um ato mais cristão, uma vez que naquela época, quase todos se proclamavam cristãos. De qualquer forma, nada sabemos sobre o paradeiro dos corpos daqueles homens que morreram na Batalha de Curitibanos.

A história do Capão da Mortandade começou a ser difundida em Curitibanos, cerca de 90 anos depois daquela fatídica batalha. Em 1929 apareceu em Curitibanos, uma senhora, já de meia-idade. Ela se identificou como Annita Itália Garibaldi, disse ser neta de Giuseppe e Anita Garibaldi, que veio da Itália especialmente visando conhecer os locais onde viveram e lutaram seus avós. Apresentou-se na Prefeitura, sendo na ocasião, o gestor municipal, Henrique Paes de Almeida (Filho), o qual cedeu o seu secretário, o então jovem Walter Tenório Cavalcanti, para acompanhá-la. Essa senhora era conhecedora dos textos do livro “Memórias de Garibaldi”, disse, também, na ocasião, que era jornalista e que tinha a intenção de escrever um livro sobre os seus avós. Walter a levou até a Fazenda da Forquilha, de propriedade, na ocasião, de Altino Gonçalves de Farias. Alguém da família a acompanhou de cavalo pelos campos até a margem do Rio Marombas. Numa certa altura, foi informada da existência de uma cruz de madeira, fincada no interior de um capão, a 4 quilômetros do Passo do Marombas. Dirigiram-se para o local, onde ela depositou flores na base daquela velha cruz. Desde aquele tempo, a família Farias difunde a ideia de que o local, onde a cruz estava encravada na terra, seria o local da Batalha de Curitibanos. A escritora Zélia de Andrade Lemos escreveu que o filho de Altino, o senhor Francisco Carneiro de Farias foi ex-presidente da Câmara de Vereadores de Curitibanos, e que era pessoa interessada na história do município, por essa razão conservava essa tradição familiar.

Annita Italia Garibaldi escreveu sobre isso no seu livro “Garibaldi na América”, na página 53:


Por tanto, fazendo frente ao inimigo com a fuzil e a espada em mãos, os republicanos se dirigem até um “capão”, uma especie de bosque em meio do descampado, que se encontrava a uma milha de distancia. No estremo desse bosque vê-se ainda hoje uma antiga cruz inclinada, meio occulta em basta vegetação, a qual assignala a sepultura de alguns soldados republicanos. Depositei alli algumas flores, em homenagem á memória desse punhado de heroes.


Notem que ela escreveu que sob a cruz estavam sepultados alguns soldados republicanos. Isso significa que não pode ser centenas, como até aqui foi difundido erroneamente. Num artigo escrito por ela para o Jornal “O Estado” de Florianópolis, datado de 6 de julho de 1929, na página 6, diz:


Curitibanos a villazinha a tres horas do passo do Marombas conserva memòria da batalha. Existe ainda a casa para onde vieram os feridos. Duas cruzes assignalam a sepultura de dois capitaes. (...) dizem da passagem dos soldados de volta para Lages.


Voltando para o seu livro, ainda na página 53:


Em Coritibani fala-se da passagem de Garibaldi e Annita, como se se tratasse de um feito ocorrido ha pouco. Existe alli tambem uma cruz que recorda a morte de um dos officiaes de infantaria, e outra, nas proximidades de uma casa, em memoria de um ferido, hospede da familia, arrancado do leito pelos imperiaes e degollado fóra da casa.


Segundo as palavras de Annita Italia, em 1929, a sepultura do Capão da Mortandade era de um capitão farroupilha. Ainda segundo ela, havia outra cruz, de outra sepultura. Não sabemos nada sobre essa segunda cruz. Acredito que isso elucida os fatos e corrige os erros passados oralmente sobre o local da batalha, bem como da quantidade de mortos sepultados no Capão da Mortandade.

Temos dezenas de jornais de diversas províncias (época imperial) e estados (época republicana) que informaram que a batalha de Curitibanos deu-se às margens do Rio Marombas e não num tal Capão da Mortandade. Temos as memórias de Garibaldi, um mapa feito pelo comandante imperial, o Tenente-coronel Antonio de Melo Albuquerque, informando o local do entrevero. A própria Annita Itália Garibaldi, ainda em Santa Catarina, escreveu um artigo no Jornal O Estado, em julho de 1929, citando o Rio Marombas como o local da batalha.

Outra informação importante, descrita nas "Memórias de Garibaldi", a única casa que esses farroupilhas encontraram no caminho para Lages foi saqueada por eles, os moradores foram feitos prisioneiros e duas rezes foram abatidas para saciar-lhes a fome. No seio familiar da família Farias, não se tem notícias de que a sede ou alguma casa da fazenda de Marcos Gonçalves de Farias tenha sido saqueada pelos farroupilhas.

Quanto ao nome “Capão da Mortandade” é um nome conhecido no vizinho estado do Rio Grande do Sul, lá, existem outros capões da mortandade e lagoas da mortandade, relacionadas com outros fatos da história da região sul, a Revolução Federalista e não a Revolução Farroupilha. Curitibanos esteve envolvida em vários conflitos armados, é mais do que comum os moradores misturarem os fatos e personagens desses conflitos, uma vez que esses foram transmitidos oralmente através dos anos. Sabemos que em Curitibanos houve uma tentativa de assassinato por degolamento do proprietário daquela Fazenda da Forquilha em 1893, o senhor Marcos Gonçalves de Farias, pai de Altino Gonçalves de Farias. Ele conseguiu fugir dos maragatos, mas houve vários degolamentos na região, inclusive na vizinha Fazenda Estância Nova. Especulativamente, na época de Marcos Gonçalves de Farias, “não seria cômodo, ele fornecer uma vala comum para o enterro coletivo dos abatidos pelos maragatos, cedendo um local, no interior de sua propriedade para o sepultamento?” Depois, a própria família, nas próximas gerações após Marcos, tenha feito confusão, quantos aos fatos e conflitos, trocando Revolução Federalista por Revolução Farroupilha?

Curitibanos foi sempre palco de vários assassinatos e crimes horríveis. Qualquer indivíduo pode estar sepultado no local daquela velha cruz, decorrente de crimes, latrocínio, emboscada e/ou assassinato. A região esteve envolvida, além da Revolução Farroupilha de 1840, com a Federalista de 1893, com o conflito do Contestado entre os anos de 1912 a 1916.

Eu nutria um pensamento e acredito que se confirmou com as palavras da neta do casal Garibaldi. Dos 73 homens que seguiram Garibaldi de volta para Lages, não se sabe quantos chegaram ilesos no destino. Alguém poderia ter sido ferido e morreu no caminho, sendo sepultado no dia seguinte no interior do capão. Garibaldi escreveu que o grupo passou por extenuantes dificuldades, além da fome e da falta de controle psicológico e emocional, chegando a contender entre si. Comeram raízes e passaram muita fome. Aí, sim, poderíamos afirmar que alguém, daquela Batalha de Curitibanos, foi sepultado no capão da mortandade. Annita Italia escreveu que a velha cruz recordava a sepultura de um oficial ferido e que acabou morrendo no caminho para Lages. Garibaldi escreveu em suas memórias:


A falta de viveres, o abatimento de todos, as feridas de alguns, e a carência dos meios de as tratar, lançaram-nos no desânimo. Ficamos quatro dias sem encontrar senão raízes e julgo desnecessário descrever a fadiga que tivemos para achar nesta floresta, um caminho, onde não existia o mais pequeno atalho e onde a natureza muito fecunda, faz a cada passo encontrar barrancos enormes. Alguns dos meus homens desertaram desesperados e tivemos grande trabalho para os juntarmos e impor-lhes respeito. Não existia senão um único recurso para dissipar este desânimo e fui eu que o encontrei. Disse a todos que lhes dava a liberdade de se retirarem para onde quisessem, ou de continuarem a marchar unidos e em corpo, protegendo os feridos e defendendo-se mutuamente.


O Capão da Mortandade foi conservado, apesar da Fazenda da Forquilha passar por vários proprietários e ser dividida em pequenas propriedades. Vários prefeitos de Curitibanos, ao longo do século XX, se esforçaram para manter viva na mente do povo, a lembrança dos eventos já amplamente descritos.

No ano de 1983, foi colocada uma placa de bronze em substituição à velha cruz de madeira e construído, posteriormente, um monumento na forma geométrica de quadrado. Posteriormente, foi anexada a cruz de metal, simulando a aparência de madeira, como está presentemente. O Capão da Mortandade de Curitibanos transformou-se num lugar destinado a encontros de cavaleiros que se reúnem, principalmente, nas épocas de comemorações da “Semana Farroupilha”, por volta de 20 de setembro de cada ano, para confraternizações e acalorados diálogos sobre os eventos passados na região. Turistas e curiosos visitam o local, considerando-o "solo sagrado". Alguns invocam divindades em orações, pedindo algo, ou agradecendo.

O monumento é importante e deve ser preservado como uma memória viva dos acontecimentos de 1840. O que não podemos é incorrer no erro de perpetuar uma inverdade, de que, no local estão sepultadas centenas de pessoas, mortas no confronto da Revolução Farroupilha e de que, aquele foi o local onde o confronto fora travado. Se assim o fizermos, estaremos chamando os historiadores, o próprio Garibaldi e aqueles que escreveram em jornais do século XIX e XX, de mentirosos.



Referências para o texto:


A data de hoje recorda-nos que: Jornal A Nação. Blumenau, 12 de fevereiro de 1950. Ed. n.º 214, p. 4.


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—— Correio da Manhã. Rio de Janeiro, domingo, 4 de agosto de 1912. Ed. 4034, p. 5.


CADORIN. Adilcio. Anita, Guerreira das Repúblicas e da Liberdade. CulturAnita. Instituto Cultural Anita Garibaldi. 5ª Ed. 2020. Laguna/ SC. 296 p.


COLLOR, Lindolfo Boeckel. Garibaldi e a Guerra dos Farrapos / Lindolfo Boeckel Collor. – Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2016.


COSTA, Andrelino Natividade da. A Heroína dos dois mundos. Jornal O Estado. Florianópolis, domingo, 3 de agosto de 1952. Ed. 11463, p. 11.


COSTA, Otacílio. O centenário da morte de Anita foi assinalado na Câmara Federal. Discurso do Deputado Otacílio Costa. Jornal O Estado, quinta-feira, 11 de agosto de 1949. Ed. n.º 10549, p. 5.


DERENGOSKI, Paulo Ramos. Opinião: República Juliana! Jornal de Laguna, 26 de julho de 2002. Ed. n.º 395, p. 2.


Fotografia: Luiz Antonio Michaliszyn Filho (Google Maps).


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Grupo Folclórico Barbicacho Colorado. Boletim Trimestral da sub-comissão catarinense de folclore. Ed. n.º 47, 1995, p. 64.


LEMOS, Zélia de Andrade. Curitibanos na história do Contestado. Edição do Governo do Estado de Santa Catarina, 1977.


No passado. Jornal O Estado, sábado, 12 de fevereiro de 1949. Ed. n.º 10461, p. 6.


ROSA, Tenente-coronel Vieira da. Cartas do Sul. Jornal O Estado, terça-feira, 10 de maio de 1921. Ed. n.º 2061, p. 2.


TADASCO, André Nilo. Anita Garibaldi. Jornal O Estado. Florianópolis, 4 de agosto de 1948. Ed. 10310, p. 8.

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