Esta é uma época apropriada para escrever sobre este assunto. Se existe uma coisa que me revolta muito, é ver a espoliação descarada de fiéis nas igrejas. Quando falo de Igreja, não me refiro, especificamente, a nenhuma instituição em particular. Englobo todas as que usam subterfúgios maléficos para cobrar dízimos e ofertas de seus membros ou fiéis.
Vamos usar a
Bíblia? O que ela diz a respeito do dízimo? Essa questão gera dificuldade e
resistência em muitos cristãos. Em muitas igrejas, o dízimo recebe excessiva
ênfase. Ao mesmo tempo, muitos cristãos não se submetem à exortação bíblica em
ofertar ao Senhor. O dízimo e as ofertas deveriam ser uma alegria, uma bênção.
Mas raramente é o que acontece nas igrejas hoje, infelizmente.
Dar o dízimo
é um conceito do Velho Testamento. O dízimo era exigido pela lei mosaica, na
qual todos os israelitas deveriam dar aos Sacerdotes do Tabernáculo (espécie de
Templo), 10% de todo o fruto de seu trabalho e de tudo o que criassem (Levítico
27:30; Números 18:26; Deuteronômio 14:22; II Crônicas 31:5; Malaquias 3:8-10). Isso
tinha uma finalidade: Prover as necessidades dos Sacerdotes Levitas, que faziam
os sacrifícios de animais naquele local. Era espontâneo e com alegria, conforme
a prosperidade de cada um. Em nenhum lugar no Velho Testamento diz, que se um
membro da Casa de Israel não pagasse o dízimo, deixaria de receber bênçãos ou
não seria hipoteticamente salvo, numa condição melhor após esta vida. É bem
verdade de que em Malaquias fala de recompensas aos que pagavam o dízimo. Mas isso
foi no Velho Testamento, sob os olhares da lei mosaica, que foi totalmente
modificada com Jesus Cristo.
Igualmente,
no Novo Testamento, em nenhum lugar ordena, e nem mesmo recomenda que os
cristãos se submetam a um sistema legalista de dizimar. Paulo afirma que os
crentes devem separar uma parte de seus ganhos para sustentar a igreja (I
Coríntios 16:1-2). Nem está escrito em lugar algum, determinações sobre
porcentagem de ganhos que deva ser separada, mas apenas diz “conforme a sua
prosperidade”.
As igrejas
cristãs, conforme foram se multiplicando em ministérios e organizações, tomaram
basicamente esta proporção de 10% do dízimo do Velho Testamento, e incorporaram
como um “mínimo recomendado” para o ofertar cristão. Entretanto, os cristãos
não deveriam se sentir obrigados a se prender sempre à quantia de 10%. Deveriam
sim, dar de acordo com suas possibilidades, “conforme sua prosperidade”. Às
vezes, isto significaria dar mais do que 10%. Às vezes, dar menos que 10%. Tudo dependeria
das possibilidades do cristão e das necessidades da igreja. Segundo o que está
escrito na Bíblia, cada cristão deve orar e buscar cuidadosamente a sabedoria
vinda de Deus, no tocante a sua participação com o dízimo e/ou a quanto deve
dar (Tiago 1:5). “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com
tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II
Coríntios 9:7).
Escrevo
sobre este assunto, porque a época é propícia para acabarmos com a ignorância.
Se Deus existe como os cristãos creem, então deveriam crer também que Ele não
necessita de dinheiro. Se Deus tem poder suficiente para construir mundos, não
teria poder para construir igrejas e expandi-las? Se os cristãos bitolarem o
poder de Deus, creio que terão enfraquecido a fé no seu ser supremo.
Só para
recapitular. Dízimo, nos moldes como são exigidos atualmente pelas igrejas não
é bíblico. Em nenhum lugar diz que as pessoas são obrigadas a pagarem 10% em
troca de bênçãos ou recompensas do além.
Ouso
desafiar qualquer um líder eclesiástico, seja de qualquer denominação, sobre o
que estou afirmando. Atualmente, igrejas viraram comércio. Já que fui ousado
neste assunto, continuarei. Quer ser um bom cristão? Leia a bíblia e a entenda.
Não deixe que ninguém fale para você o que está escrito nela. A entenda através
de pesquisa intensa. Pesquise não só no contexto da doutrina da tua Igreja, mas
também no contexto histórico e científico.
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