O salário mínimo é um referencial para todos
os trabalhadores que estão registrados. Teoricamente, esse salário mínimo
deveria atender às necessidades básicas do trabalhador e de sua família.
Sabemos que isso é uma utopia. Não há possibilidades mágicas para uma
sobrevivência pessoal ou familiar, principalmente se o valor do rendimento
mensal, for o estipulado como salário mínimo.
O pior é que nem eu, nem trabalhador algum isoladamente,
pode fazer algo para mudar a política salarial. A única coisa que pode ser
feita, é participarmos, como cidadãos politizados. Ao elegermos nossos
representantes, cobrarmos deles uma mobilização e postura, para que possamos
ter um salário mínimo mais decente.
Não me adianta nada falar mal do governo,
votar na oposição, reclamar do salário mínimo e nem entrar em desespero. Há
ainda uma outra saída! Sabendo do valor insuficiente para a minha
sobrevivência, posso tentar fazer mais com menos. Isso exigirá o controle de
meus desejos e aptidões. Posso obter melhores resultados em minha vida, ao
controlar os fatos que podem ser controlados. Como exemplo, posso marcar uma
reunião qualquer. Posso chegar nela com antecedência, no horário, ou chegar
atrasado. Depende da minha capacidade de estar no controle. Entretanto! Não posso
controlar os eventos que venham ocorrer entre minha casa e o local da reunião.
Estes eventos não estão sob meu controle. Mas mesmo assim, há a possibilidade
de eu traçar novas estratégias e chegar a tempo nessa reunião.
Da mesma forma, podemos fazer isso com a
política do salário mínimo. Se o salário mínimo aumentasse repentinamente para
1000 reais, estaríamos felizes? Talvez sim, talvez não. Isso dependeria do que
encararíamos pessoalmente como valor nominal e valor real do rendimento. O
valor real de uma moeda é o que chamamos de poder de compra. É a quantidade de
produtos que podemos colocar no nosso carrinho de supermercado, durante um mês.
Por exemplo, lembremos do quanto conseguíamos comprar há um ano atrás com um salário
mínimo e o quanto conseguimos hoje, com o salário atual. Se a quantidade de
bens for a mesma, não houve variação real do poder de compra do salário mínimo.
Sabemos que o salário mínimo no Brasil é
reajustado anualmente. Será que com o mesmo valor estipulado pelo governo,
podemos conseguir a façanha de colocarmos no carrinho do supermercado
mensalmente, sempre a mesma quantidade de bens? Não conseguimos! O valor
nominal é o mesmo até o próximo reajuste, mas o valor real não é o mesmo. Tem
outros agentes envolvidos diariamente. Inflação, reajustes de preços abusivos,
livre negociação.
Aprendemos com isso, que não podemos
controlar o valor do salário mínimo diretamente, mas podemos controlar o que
colocar no nosso carrinho de compras. Os preços dos bens adquiridos vêm da lei
da oferta e procura. Isso é tão verdade, que posso dar um exemplo prático.
Quanto custa uma garrafa de 500 mililitros de água num supermercado? E quanto
custa esta mesma garrafa de água, num dia de calor, numa praia do litoral
brasileiro? Suponhamos que se todos os frequentadores das praias, não comprassem
a água dos ambulantes, o que aconteceria? Eles, os vendedores, teriam que
baixar o preço da garrafa de água. Isso forçaria a venda por um preço quase
igual ao do supermercado.
O mesmo acontece, se todos nós optarmos por
não consumir produtos que estão com preços abusivos nas gôndolas dos
supermercados. Se isso acontecer, os proprietários baixarão os preços, até que
estes sejam aceitáveis à vista dos consumidores.
A questão primordial do controle do consumo,
está justamente em podermos avaliar e descobrir o que é efetivamente necessário
e suficiente, para atender os nossos desejos e as nossas necessidades.
Fazer mais com menos é uma máxima da
economia. Cada centavo é importante e faz parte da quantidade de dinheiro
chamado de salário mínimo. Portanto, estar atento a cada moeda é primordial,
essencial e nos ajudará a sermos mais eficientes em nossos controles de
orçamento e finanças pessoais.
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