O Governo
Federal, através do Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM e do
Ministério da Fazenda vêm gradativamente diminuindo a taxa básica de juros, a
chamada Selic. Atualmente ela está
fixada em 7,25%. Essa taxa é o referencial para outras taxas aplicadas em
instituições financeiras. Quando a taxa Selic
é alta, os bancos que estão operando no Brasil cobram juros exorbitantes dos
seus clientes. Cobram também juros por serviços prestados às pessoas que não
são clientes bancários, como por exemplo, juros por atraso de duplicatas. Por
isso, essas instituições têm lucros elevados ano após ano.
Essa
situação vem na contramão do resto do mundo capitalizado. Na Europa, por
exemplo, algumas instituições financeiras passam por situações extremas para
manterem-se operando. Muitas não conseguem mostrar lucratividade. Bancos
gregos, espanhóis e portugueses recentemente foram rebaixados por agências que
medem o risco para investidores. Estes bancos perderam a credibilidade que
tinham adquirido há anos. Alguns, há mais de um século.
Quando os
juros estavam nas alturas no Brasil, era comum a entrada de dinheiro volátil,
através de aplicações e compras de títulos por parte de estrangeiros
especuladores. Tínhamos uma falsa ideia de segurança. As reservas cambiais ficavam
instáveis. De um dia para outro, entravam ou esvaiam bilhões de dólares,
conforme as transações especulativas do mercado financeiro. Em outubro de 1997
chegamos a praticar uma taxa de 45,67%. Muitos brasileiros sofreram com estes
juros astronômicos: Empresas que administram cartões de crédito e bancos usaram
a seu bel-prazer essas taxas.
Como disse
anteriormente, hoje a taxa de juros Selic está fixada em 7,25% e tenta se
adequar ao resto do mundo. O Brasil aposta, com este procedimento, diminuir a
arbitragem ou, em outras palavras, a operação de compra e venda de valores
negociáveis, como títulos e dólares. Também usa esse procedimento para manter a
moeda americana estabilizada em paridade ao Real.
Para quem
exporta, o ideal é que o dólar esteja sempre valorizado e a nossa moeda
desvalorizada. Para quem importa, o contrário é o ideal. Para os consumidores,
o dólar alto é um problema e pode causar inflação. Medicamentos, alimentos e
utensílios de uso geral ficam mais caros. Ficando mais caros, caracterizam
aumento de preços. Conforme a oferta e demanda, as dificuldades aumentam porque
as pessoas precisam dispor de mais recursos para adquirir estes produtos.
O Ministro
da Fazenda Guido Mantega disse que o Brasil, ao reduzir a taxa de juros, tenta
se equiparar aos demais parceiros do hipotético bloco econômico chamado BRICS,
que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. É hipotético, porque
apesar de existir nome e alguns acordos bilaterais, ainda não foi formalizado
entre todos os envolvidos. As discussões defendidas pelos dirigentes destes
países é que este bloco se solidifique. Que faça frente à União Europeia que
protege suas transações comerciais com subsídios, encargos e medidas
antidumping.
As taxas de
juros menores devem ser percebidas pelos usuários de cartões de crédito e de
cheques especiais. O conselho dado por especialistas é de que as pessoas tentem
se controlar e não entrar nos juros anunciados, mesmo que sejam menores do que
os de anos anteriores. A realidade é outra, mas juros são sempre juros.
Passando de 1% já é de ficar na cautela e com o pé atrás.
Ainda
existem muitas armadilhas no mercado financeiro, como por exemplo, propagandas
que oferecem produtos financiados a juros zerados. Só que quando o cliente vai
ver, tem que pagar uma certa importância a título de Taxa de Abertura de
Crédito – TAC. Então não tem juro zero. Tem engodo financeiro e publicitário. Trata-se
de pura propaganda enganosa. Hoje, as pessoas são logradas se quiserem, porque
há muita informação disponível quanto às técnicas praticadas no mercado
financeiro.
O meu
conselho é o mesmo de muitos economistas cautelosos. A linha de pensamento é de
prudência. Façamos nossas negociações, todas com a maior lucidez.
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