A educação
financeira pode ser compreendida de duas maneiras, uma “comportamental” e a
outra “técnica”. A “comportamental” diz respeito à sensibilização e
conscientização do individuo, de que deve se educar e gastar dentro das suas
possibilidades. Ele precisa assumir o controle dos gastos. A “técnica” diz
respeito à pesquisa e utilização consciente de ferramentas e informações
disponibilizadas. Se uma pessoa assume o compromisso de mudar velhos hábitos e
se conscientizar sobre seu comportamento financeiro, automaticamente, ela
utiliza dos recursos técnicos. Então podemos afirmar que tanto a maneira “comportamental”,
como a “técnica” andam juntas na vida das pessoas, que estão engajadas a
aprender sobre a educação financeira.
Apesar de andarem
juntas, para uma pessoa, não é nada fácil renunciar a certos hábitos.
Principalmente os hábitos tradicionais, em detrimento de um ganho através de
controles. Portanto, a característica “comportamental” é a mais difícil. Uma
pessoa poderá mudar seu comportamento da seguinte forma: assistir menos TV,
dormir mais cedo, ler mais para buscar maior conhecimento, andar mais a pé ou
de bicicleta para economizar combustível, não deixar lâmpadas acesas em
ambientes onde não há pessoas e diminuir o tempo no banho. Ficar menos exposto
a propagandas, inclusive na frente da internet. Essas são mudanças comportamentais
de impacto.
Inicialmente haverá
muitos deslizes. Será necessária muita determinação e vigilância pessoal.
Quando alguém abraça essa causa de se educar financeiramente, é comum, ela
sentir invariavelmente, impotência diante de algumas realidades, que lhe são apresentadas.
As pessoas querem aprender sobre educação financeira geralmente em situações
desesperadas. Nessas situações, a sensação de impotência virá, quando ela mesma
perceber, que suas entradas são menores do que as suas saídas de dinheiro.
Nesse momento, a vontade é de desistência, inclusive da vida. Surgem a
depressão, o desânimo, a ansiedade, as brigas familiares, divórcios e um
inferno. Mas, uma vez apresentados às
ferramentas “técnicas” de controles, não poderão retroceder sem sequelas mais
dramáticas. Não haverá outra saída, a não ser seguir em frente com o plano de se
educar e mudar. De início, a mudança comportamental, a quebra de velhos paradigmas
(hábitos) e tradições é necessária. Consumos excessivos, por simples compulsão
precisam ser identificados prontamente.
A educação
financeira não é uma matéria fácil, mas é totalmente possível o seu aprendizado,
com honras e direito a uma literal formatura. Qualquer pessoa pode aprender
seus conceitos. Tanto os “comportamentais” como os “técnicos”. Para os “comportamentais”
há um exercício prático. Darei um exemplo: Sabe-se, que estrategicamente, nos supermercados, a
padaria, o açougue e o setor de verduras ficam geralmente no fundo do
estabelecimento. Sendo necessário, o percurso entre gôndolas repletas de
mercadorias atraentes, para que o cliente possa ter acesso a um destes setores.
O exercício consiste justamente nisso, a pessoa vai comprar carne, por exemplo,
deve focar na carne e não no conteúdo das gôndolas. Sem uma educação
financeira, qualquer pessoa que vai comprar carne, no supermercado, acaba
enchendo o carrinho de compras supérfluas antes de chegar efetivamente no açougue. Isso é
compulsão! Apesar das ferramentas e técnicas para ajustar o comportamento do
indivíduo, há de se concluir que não é nada fácil vencer estes hábitos. Mas é
um bom exercício.
Esta é sem dúvida a
melhor época para que as pessoas possam ter a consciência sobre educação
financeira. Como é que o “galo enche o papo”? Ele come um grão após outro. Assim deve ser com nossas finanças. A poupança, economia e controle nos
remeterão para uma nova cultura. É o que falta ao povo brasileiro.
Os brasileiros, na
sua totalidade agem e reagem espontaneamente. Adoram carnês, financiamentos, faturas
de cartão de crédito, dívidas e boletos. As propagandas são apelativas. O
marketing atualmente é uma ferramenta marcante em nossas vidas. Ele está na TV,
na internet, no rádio, nos outdoors,
nas revistas, jornais e nas redes sociais. Para vender, vale-se de diversos
tipos de apelos. Racionais e Irracionais. Pensemos nisso antes de irmos às
compras.
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