quinta-feira, 23 de agosto de 2012

EDUCAÇÃO FINANCEIRA



A educação financeira pode ser compreendida de duas maneiras, uma “comportamental” e a outra “técnica”. A “comportamental” diz respeito à sensibilização e conscientização do individuo, de que deve se educar e gastar dentro das suas possibilidades. Ele precisa assumir o controle dos gastos. A “técnica” diz respeito à pesquisa e utilização consciente de ferramentas e informações disponibilizadas. Se uma pessoa assume o compromisso de mudar velhos hábitos e se conscientizar sobre seu comportamento financeiro, automaticamente, ela utiliza dos recursos técnicos. Então podemos afirmar que tanto a maneira “comportamental”, como a “técnica” andam juntas na vida das pessoas, que estão engajadas a aprender sobre a educação financeira.
Apesar de andarem juntas, para uma pessoa, não é nada fácil renunciar a certos hábitos. Principalmente os hábitos tradicionais, em detrimento de um ganho através de controles. Portanto, a característica “comportamental” é a mais difícil. Uma pessoa poderá mudar seu comportamento da seguinte forma: assistir menos TV, dormir mais cedo, ler mais para buscar maior conhecimento, andar mais a pé ou de bicicleta para economizar combustível, não deixar lâmpadas acesas em ambientes onde não há pessoas e diminuir o tempo no banho. Ficar menos exposto a propagandas, inclusive na frente da internet. Essas são mudanças comportamentais de impacto.
Inicialmente haverá muitos deslizes. Será necessária muita determinação e vigilância pessoal. Quando alguém abraça essa causa de se educar financeiramente, é comum, ela sentir invariavelmente, impotência diante de algumas realidades, que lhe são apresentadas. As pessoas querem aprender sobre educação financeira geralmente em situações desesperadas. Nessas situações, a sensação de impotência virá, quando ela mesma perceber, que suas entradas são menores do que as suas saídas de dinheiro. Nesse momento, a vontade é de desistência, inclusive da vida. Surgem a depressão, o desânimo, a ansiedade, as brigas familiares, divórcios e um inferno.  Mas, uma vez apresentados às ferramentas “técnicas” de controles, não poderão retroceder sem sequelas mais dramáticas. Não haverá outra saída, a não ser seguir em frente com o plano de se educar e mudar. De início, a mudança comportamental, a quebra de velhos paradigmas (hábitos) e tradições é necessária. Consumos excessivos, por simples compulsão precisam ser identificados prontamente.
A educação financeira não é uma matéria fácil, mas é totalmente possível o seu aprendizado, com honras e direito a uma literal formatura. Qualquer pessoa pode aprender seus conceitos. Tanto os “comportamentais” como os “técnicos”. Para os “comportamentais” há um exercício prático. Darei um exemplo: Sabe-se, que estrategicamente, nos supermercados, a padaria, o açougue e o setor de verduras ficam geralmente no fundo do estabelecimento. Sendo necessário, o percurso entre gôndolas repletas de mercadorias atraentes, para que o cliente possa ter acesso a um destes setores. O exercício consiste justamente nisso, a pessoa vai comprar carne, por exemplo, deve focar na carne e não no conteúdo das gôndolas. Sem uma educação financeira, qualquer pessoa que vai comprar carne, no supermercado, acaba enchendo o carrinho de compras supérfluas antes de chegar efetivamente no açougue. Isso é compulsão! Apesar das ferramentas e técnicas para ajustar o comportamento do indivíduo, há de se concluir que não é nada fácil vencer estes hábitos. Mas é um bom exercício.
Esta é sem dúvida a melhor época para que as pessoas possam ter a consciência sobre educação financeira. Como é que o “galo enche o papo”? Ele come um grão após outro. Assim deve ser com nossas finanças. A poupança, economia e controle nos remeterão para uma nova cultura. É o que falta ao povo brasileiro.
Os brasileiros, na sua totalidade agem e reagem espontaneamente. Adoram carnês, financiamentos, faturas de cartão de crédito, dívidas e boletos. As propagandas são apelativas. O marketing atualmente é uma ferramenta marcante em nossas vidas. Ele está na TV, na internet, no rádio, nos outdoors, nas revistas, jornais e nas redes sociais. Para vender, vale-se de diversos tipos de apelos. Racionais e Irracionais. Pensemos nisso antes de irmos às compras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário