quarta-feira, 28 de abril de 2010

CAMINHAMOS PARA FRENTE


Econ. Antonio Carlos Popinhaki
Cada vez que escuto pessoas proclamarem que o socialismo é a melhor solução para a humanidade e, conseqüentemente, o capitalismo é um sistema falido e que não deu certo, fico meditando sobre o assunto. Após várias destas meditações, resolvi expor aqui algumas considerações.
Não sou uma pessoa que aceita tudo o que é imposto ou falado. Tenho vivido todos os anos aprendendo através de estudo e de observações as mudanças ocorridas da história.
Aprendi que a revolução que derrocou os Czares na antiga Rússia e que culminou com o estabelecimento da União Soviética não foi algo que se possa elogiar. Milhões de pessoas morreram. Umas defendendo o novo regime que era imposto através de revolução, outras porque tentaram a todo o custo defender suas posses que foram arrancadas à força.
Lênin, o líder revolucionário que em 1917 derrubou os Czares que governaram a Rússia por gerações, não conseguiu estabilizar o país. O povo sofreu muito com a falta de alimentos, frio intenso, doenças e ainda eram perseguidos e mortos se tentassem pensar qualquer coisa que não fosse os ideais do partido político de Lênin.
Na ocasião da morte de Lênin, a União Soviética estava imersa num caos total. Vários países estrangeiros tentaram reverter à situação em favor do antigo regime, mas foi tudo em vão.
Outro líder mais voraz e ferrenho substituiu Lênin com garras mais afiadas do que as de uma águia no poder. Stalin era seu nome. Destituiu e perseguiu até a morte todos os que pensavam contra seus ideais. Envolveu o país numa situação de economia planificada e fechada. Nos fins do regime socialista, a ex União Soviética, era capaz de fabricar, bombas atômicas, foguetes espaciais. Mas era totalmente incapaz de fabricar aparelhos de eletrodomésticos como fogão e geladeira.
Nada de igualdade, nada de fraternidade. Nada de justiça social. Até os dias de hoje, cerca de quase vinte anos após a Perestróica de Mikhail Gorbachev e, da queda do muro de Berlim, os habitantes de Moscou vivem sérios problemas sociais. Se o socialismo fosse tão bom como muitos pregam, Na Rússia e outros países do leste europeu haveria muitos grupos revolucionários tentando reverter a situação. De capitalismo para o socialismo.
A verdade é bem concisa. A evolução humana se dá pela competitividade. A competitividade é inerente da evolução e não do criacionismo. É a lei do mais forte. Isto é encontrado na natureza. Na fauna e também na flora.
Estamos cheios de casos de tentativas de implantações de regimes socialistas que não deram certo no mundo. O caso de Cuba, com Fidel Castro, por exemplo, é caracterizado historicamente por muita maldade imposta pela humanidade em busca do poder. Quer conhecer uma pessoa, dê poder a ela. Fidel, Che Guevara e o grupo de guerrilheiros que tomaram o poder de Cuba matavam qualquer um, sem dó nem piedade, só se pensassem contrariamente a seus ideais revolucionários.
Não estou aqui defendendo se a direita é melhor do que a esquerda. Nem defendendo partido algum, mesmo porque temos notado no Brasil, que os partidos políticos tem ideais semelhantes. Quem diria que o Partido dos Trabalhadores seguiria na mesma conduta administrativa do Partido dos Tucanos, com Lula na Presidência?
Os regimes ditatoriais é que fazem mal ao povo, porque tiram a liberdade de escolhas e corrompem a democracia.
A liberdade é algo que não dá para abrir mão. Ninguém pode dizer que é totalmente feliz se não tem liberdade para ir, vir, interagir, decidir e desistir. Pode trazer conseqüências, geralmente positivas para o ser humano. O Excesso de liberdade é que faz mal, daí a necessidade da intervenção do Estado, com suas leis e regras para reger os excessos.


segunda-feira, 26 de abril de 2010

ÍDOLOS E LÍDERES



Econ. Antonio Carlos Popinhaki

Chama muito a atenção de psicólogos e pessoas que estudam o comportamento humano a característica humana de sempre estar à procura de líderes.  Parece que as pessoas sentem a imediata e constante necessidade de seguir alguém. De ter alguma pessoa que os comande, inspire, norteie e, conseqüentemente, os oriente.

Ao se voltar para o lado místico, sempre que o homem existiu, na ausência de um líder terreno, criou a imagem de deuses a quem cultuou por longos períodos. Isso aconteceu em todos os extremos da terra. Onde quer que haja instalado grupos sociais de seres humanos. Os imperadores romanos, por exemplo, eram adorados como verdadeiros deuses.

Com a globalização, veio a difusão do conhecimento. Devido à mídia on line cada vez mais presente, a liderança vem sofrendo alterações ao longo do tempo. Começou com as descobertas, na Idade Média e vem até os dias atuais.

Nestes nossos dias, as religiões, sejam grandes ou pequenas, já não conseguem com facilidade, inculcar nas mentes das pessoas, a idéia de culto a deuses, seja ele do formato qualquer, físico ou abstrato. A verdade é que suas existências nunca foram comprovadas.

Mas a humanidade quer seja mística ou não, demonstra necessitar de líderes ou ídolos a quem se espelhar e seguir.

No mundo corporativo, mais especificamente, há também uma necessidade constante disso. Seguir líderes. Parece intrínseco do ser humano.

Isso já foi confundido com divisões claras e sucintas de chefia ou gerência. Mas não é a mesma coisa. Absolutamente! Um líder é evidente. Tem características peculiares inquestionáveis. Mas não é perfeito. Um dos grandes desafios de um líder é formar uma equipe ideal. A primeira etapa para conseguir uma equipe de alto desempenho é a seleção. Quando se contrata um profissional com habilidades compatíveis com as necessidades do projeto, soluciona-se a maior parte da questão. A partir daí é aprimorar a maturidade, incentivar a interação de maneira que todos se conheçam e saber perceber os talentos de maneira a conduzi-los ao sucesso profissional e pessoal.

Um líder precisa saber lidar com o comportamento grupal ou individual. E isso é um fator crítico em todas as equipes. É importante, de forma saudável, saber o que se espera de cada um nas muitas situações típicas do trabalho não se esquecendo que haverá conflitos e que conflitos são positivos. A grande maioria deles pode ser administrada e, além disto, auxiliam na melhoria dos relacionamentos e provocam mudanças. Vale lembrar que em caso de divergência de idéias, sendo possível o melhor é sempre conseguir o consenso. O consenso transporta para a maturidade e exercita a argumentação e a reflexão.

Inequivocamente, um líder é um ser humano comum, não tem poderes especiais, não é um super-herói como nos moldes norte-americanos. Ele apenas tem a função de harmonizar o ambiente, focando no resultado. Havendo intromissão ou não, direta ou indiretamente. O que importa para um líder é que os seus comandados possam entender de forma racional seus argumentos. Não é necessário temer um líder, e sim respeitá-lo dentro de sua esfera hierárquica.

domingo, 18 de abril de 2010

Ironias da Vida


Econ. Antonio Carlos Popinhaki

A vida é cheia de ironias. Isso mesmo! Parece até escárnio o que está acontecendo atualmente em Santa Catarina.
 No início do século XX um dos estopins para o conflito do contestado foi justamente a construção de uma ferrovia que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul. O povo que vivia na grande floresta com araucárias ou Ombrófila não queria nem entendia o que representava uma ferrovia cortando suas terras. Não sabia que após a sua construção viriam benefícios, como rapidez ao acesso a lugares distantes. Não sabia que as comodidades e facilidades de locomoção de cargas trariam progresso para a região.
Da maneira como foi imposta pelo governo brasileiro com a participação de empresas americanas, foi um caos total. Por causa da construção deste empreendimento, travou-se uma das maiores e mais sangrentas revoltas camponesas da História da Humanidade. E aconteceu em Santa Catarina. No dia 22 de outubro de 1912, na cidade de Irani, tropas paranaenses comandadas pelo coronel João Gualberto travaram um violento combate com um grupo de sertanejos sem-terra, liderados pelo “monge” José Maria que pregava a volta da Monarquia e a construção de uma sociedade igualitária. O conflito, que se alastrou por dezenas de cidades catarinenses, durou quatro anos e causou a morte de cerca de 20 mil pessoas.
Vários acontecimentos produziram este levante popular: a disputa de limites entre Paraná e Santa Catarina; a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, pela poderosa multinacional Brazil Railway pertencente ao Sindicato Farquhar; a instalação da segunda maior madeireira da América, a Southern Brazil Lumber & Colonization Company Inc.
Este conjunto de fatores convergia para uma mesma direção: a expulsão dos camponeses, habitantes nativos da região, a ocupação de suas terras e a exploração das ricas reservas de pinheiro araucária. Nesse período praticou-se a primeira devastação ecológica industrialmente planejada na América Latina com a derrubada de mais de dois milhões de pinheiros e outras madeiras nobres.
A estrada de ferro, da maneira como foi construída, inicialmente trouxe mais desordem, destruição do que progresso para a região sul. É incomensurável o tamanho da devastação, do prejuízo causado por este projeto ferroviário do início do século passado. Tanto a estrada de ferro como a madeireira estavam intrinsecamente ligadas, pois a estrada ia onde estava a madeira. O transporte de toras era feito por via ferroviária. Hoje muitas estações e lugares aonde o trem chegou, não funcionam mais. Ficou praticamente inviável sua funcionalidade. A madeira de araucária e imbuia, praticamente acabou.
Ficou evidente que a construção da malha ferroviária apenas servia há alguns poucos interesses pessoais.
Ao relembrar meus tempos de criança, quando ia para Itajaí junto com meu pai buscar cargas de botijões de gás para revender aqui em Curitibanos, lembro que ao redor do rio Itajaí acompanhava a BR 470 uma antiga estrada de ferro. Anos mais tarde, soube que a idéia inicial era fazer a ligação entre o leste e o oeste do Estado.
No ano de 1909, foram inaugurados os primeiros 30 km de linha da Estrada de Ferro Santa Catarina, partindo de Blumenau para Indaial. A partir desta data, começaram a circular regularmente os trens entre Indaial e Blumenau, marcando uma nova era de progresso e desenvolvimento para o Vale o Itajaí. A Estrada de Ferro foi a primeira obra verdadeiramente planejada, no Vale do Itajaí. Seu leito foi construído em altitude tal, que uma enchente tida como moderada não a pudesse alcançar.
Em 1923, começou a ser construído o trecho ferroviário em direção a Rio do Sul, sendo que para isso, era necessário subir a Serra do Mar. Em razão das dificuldades que a serra oferecia aos construtores, este trecho só pode ser inaugurado na Estação de Lontras, em 1929.
Quando então, no ano de 1932, seria inaugurado o trecho até Rio do Sul e em 1937, inaugurava-se o trecho Rio do Sul até Barra do Trombudo. A construção continuava o último prolongamento da E.F.S.C.
Aconteceu em 1958, quando os trilhos chegaram até Trombudo Central. Em 1964 os trilhos chegaram até São João da Agrolândia. Apenas sete anos antes de ser desativada. A ferrovia então foi desativada no dia 13 de março de 1971.
O cenário agora é o início do século XXI. A discussão é novamente a construção de uma nova ferrovia cortando Santa Catarina, desta vez, de leste a oeste do estado. Discute-se se passará por aqui ou por lá. Há mobilização de políticos, empresários e pessoas com algum tipo de interesse no projeto. Ficam como lição, os fracassos anteriores das construções ferroviárias em Santa Catarina. A estrada de ferro construída na região do contestado e a estrada de ferro do vale do Itajaí até o alto vale. Será que agora acertaremos?

Fontes:

quinta-feira, 8 de abril de 2010

LEI DA FICHA LIMPA É ADIADA



Econ. Antonio Carlos Popinhaki

Os deputados federais desprezam o projeto que refina os políticos com passado sujo. Apesar de mais de um milhão e meio de assinaturas do povo ser apresentadas visando à renovação do parlamentares, pois a maioria dos que atuam em Brasília tem algum passado obscuro.

Sem nenhum receio, mesmo diante das câmeras e dos gravadores da imprensa, os deputados federais pelejam com efervescência para corrigir “supostos defeitos” do projeto que exige ficha limpa dos candidatos em eleições. Discursos não faltam para empurrar a decisão. A razão principal é que a maioria dos parlamentares tem ou teve alguma pendência com a justiça. Somando a isso, há enormes lobbies de pessoas interessadas em perpetuar os mandatos de afilhados corruptos, resquício do “coronelismo” do século XX.

Os parlamentares tentam sepultar a proposta nos bastidores do congresso. A estratégia é fazer de tudo para impedir que o tema chegue ao plenário da Câmara e seja aprovado a tempo de a restrição valer para este ano. A votação prevista para o dia 07 de abril de 2010 foi mais uma vez adiada, desta vez para maio.

Como apenas os partidos de oposição apóiam a votação imediata da proposta, o projeto voltará à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá até o dia 29 para discutir o assunto. Apesar das mudanças terem sido apresentadas por iniciativa popular em setembro de 2009, parlamentares afirmam que é necessário debater melhor.

O projeto encontra grande resistência na Casa, especialmente por estabelecer a inelegibilidade para políticos condenados nas primeiras instâncias da Justiça. Integrantes da base do governo Lula trabalham para que fique inelegível somente quem for condenado em segunda instância judicial. Mesmo assim, com a garantia de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que permitiria a suspensão da condenação. Pela lei atual, fica proibido de concorrer quem foi condenado em última instância, sem direito de recorrer.

Outra justificativa de bancadas para postergar a votação é o fato de a proposta não ter maioria. Se a Casa votasse o tema hoje, correria o risco de se desgastar. Partidos como PT e PMDB prometem dar acordo para levar a questão à votação até o dia 29.

Mais de 1,5 milhões de brasileiros que assinaram o projeto foram desrespeitados.

Entidades como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a OAB prometem incitar a população de forma a pressionar os deputados. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também criticou a postura da Câmara.

Tomei conhecimento pela imprensa da grande embromação que os parlamentares estão fazendo em Brasília para que este projeto seja esquecido, engavetado ou, se aprovado, que seja válido para as eleições de 2012.