Texto de Antonio Carlos Popinhaki
A “Aliança para o Progresso” foi um programa ambicioso lançado pelos Estados Unidos em 1961, durante a Guerra Fria, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social na América Latina. Tinha como metas combater a pobreza e a desigualdade social, fortalecer a democracia e as instituições livres, promover a reforma agrária e a educação, e estimular a industrialização e o livre comércio.
Os impactos do programa foram sentidos em várias regiões, principalmente naqueles países que receberam diretamente o apoio americano nos sistemáticos “golpes militares”, como Argentina, Brasil e Chile. O programa ajudou a modernizar a infraestrutura, com investimentos em estradas, portos, energia e telecomunicações. Também contribuiu para a expansão da educação e da saúde, estimulando o crescimento econômico em alguns países. O Brasil foi um exemplo desse crescimento, apresentando índices de crescimento notáveis durante o regime militar, até hoje não superados.
Apesar desses números, houve muitas críticas ao programa, principalmente por pessoas que consideravam essa “ajuda” uma forma dos Estados Unidos exercerem sua hegemonia na América do Sul. Além disso, o programa beneficiou principalmente as elites, enquanto os mais pobres pouco se beneficiaram. Ou seja, não houve uma distribuição de riqueza ou renda igualitária. Toda a ajuda era condicionada à implementação de reformas políticas e econômicas favoráveis aos Estados Unidos.
O Brasil se tornou altamente dependente da ajuda financeira dos Estados Unidos, o que limitava sua autonomia política e econômica. Os Estados Unidos usaram a “Aliança para o Progresso” como instrumento para influenciar a política brasileira, pressionando o governo a adotar medidas que favorecessem seus interesses. O próprio “Golpe de Estado de 1964” foi articulado de forma que pareceu que o povo exigiu a entrada dos militares no poder. Alguns historiadores argumentam que a “Aliança para o Progresso” contribuiu para o início do regime militar, ao apoiar grupos políticos que se opunham ao governo de João Goulart.
Em resumo, a “Aliança para o Progresso” teve um papel complexo e controverso no desenvolvimento do Brasil. O programa trouxe benefícios importantes para o país, mas também teve consequências negativas que persistem até hoje. É importante ressaltar que a “Aliança para o Progresso” foi um programa da Guerra Fria e que seus objetivos estavam intimamente ligados à contenção do comunismo na América Latina.
Diversas cidades de Santa Catarina foram beneficiadas pelo programa “Aliança para o Progresso”, entre elas, Curitibanos. O programa teve um impacto significativo no desenvolvimento de Santa Catarina, com obras financiadas que contribuíram para a modernização da infraestrutura do estado, impulsionando o crescimento econômico e social.
Por essa razão, em Curitibanos, no dia 4 de agosto de 1967, o então prefeito Wilmar Ortigari, através da Lei Ordinária n.º 708/1967, denominou um logradouro público de “Praça John Fitzgerald Kennedy”, localizada na conjunção das ruas Felipe Granemann e Altino Gonçalves de Farias. O Artigo 2.º da referida Lei estipulava que o Poder Executivo providenciaria o ajardinamento da praça, o que foi feito até o ano de 2007, quando a referida Lei Ordinária foi revogada.
Após exaustiva discussão e deliberação na Câmara Municipal de Vereadores de Curitibanos, no dia 13 de novembro de 2007, o então prefeito Wanderley Teodoro Agostini sancionou a Lei Ordinária Municipal n.º 4.154/2007, que alterava o nome da praça para “Praça Centenário da Imigração Japonesa”. A intenção do prefeito Wanderley foi o de contemplar a memória da chegada do primeiro navio com imigrantes japoneses que desembarcou em 18 de junho de 1908 no porto de Santos. Em atendimento à nova legislação, o Poder Executivo, através da Secretaria de Obras, mantém o local limpo, com a grama cortada. A manutenção é periódica e traz benefícios aos usuários, oferecendo um lugar de lazer e descontração, ideal para a leitura de um livro.
O local é iluminado, conta com árvores, um ponto de ônibus construído em alvenaria e coberto, bancos, gramado, calçada para caminhada e uma grande caixa de areia com uma ponte de madeira para uso recreativo.
Referências para o Texto:
SILVA, Vicente Gil da. A Aliança para o Progresso e o governo João Goulart. Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul — UFRGS.
CURITIBANOS — Lei Ordinária Municipal n.º 708/1967.
Com informações de Waldir Piccoli
CURITIBANOS — Lei Ordinária Municipal n.º 4154/2007.
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