Por Antonio Carlos Popinhaki
A história a seguir, eu retirei dos escritos de Euclides J. Felippe, especificamente, de um dos seus muitos trabalhos, intitulado “O Caminho das Tropas! Curitibanos, o Berço do Tropeirismo em Santa Catarina”. O exemplar foi doado, conforme uma dedicatória escrita a próprio punho pelo autor, encontrada no início do livro, para o acervo do Museu Histórico Antonio Granemann de Souza de Curitibanos/SC em 26 de novembro de 1991. Contém muitas pequenas histórias relevantes que podem ajudar a muitos na preservação e na manutenção das tradições culturais curitibanenses. O livro está impresso numa espécie de cópia xerografada em folhas de papel Ofício, com a margem esquerda (medianiz) toda perfurada, sendo as folhas amarradas uma sobre a outra, com um cordão de cor esverdeado, muito bem amarrado. Provavelmente, o volume seria encadernado com uma capa dura. O texto também está publicado num outro livro do mesmo autor, conforme referenciei abaixo.
O título é “Na Balsa do Popinhak”, fazendo alusão ao meu tio-avô João Popinhak, que teve a concessão para construir uma balsa sobre o rio Marombas no final da década de 1930. Posteriormente, o meu avô Gregório Popinhak o substituiu temporariamente nesse serviço de balseiro, até ser contratado pela Fábrica de Papel e Papelão Marombas naquela localidade. A história segue abaixo, conforme o autor a apresentou em seu trabalho:
“Estamos em 1940. Durante a Segunda Guerra Mundial. Com a falta de gasolina, os nossos caminhões eram movidos a gasogênio (*) por combustão à lenha ou carvão, com o que diminuía a potencialidade do motor pela metade.
O transporte de passageiros ainda se fazia por caminhões com toldas de lonas e os bancos de tábuas brutas presas aos lados da carroceria. Viajávamos para Caçador. Ao alcançarmos o rio Marombas, a balsa do Popinhak estava dando passagem a uma tropa de porcos. Após alguma espera, chegou a nossa vez. Ao atingirmos a margem oposta, faltou força ao motor para vencer a subida do barranco. O tropeiro e os peões foram solícitos em nos auxiliar a impelir o veículo até superar a rampa.
Um dos passageiros, que trazia um litro de conhaque, ofereceu um gole a cada um dos que ajudaram a empurrar o carro. Dirigindo-se ao tropeiro, que era homem franzino:
- Beba um trago, baixinho; você bem o mereceu.
Ao que o dono da tropa, tomando o litro às mãos, fez uma mesura, deu um passo à retaguarda e retrucou com altivez:
- Sou baixo na estatura, arto na posição. Grosso na algibeira, e fino na inducação.
O tropeiro foi ovacionado por uma forte salva de palmas”.
Essa foi mais uma das inúmeras histórias de tropeiros, que aos poucos vamos resgatando e passando adiante. A minha intenção é compilar, produzir e reproduzir textos que possam ajudar os alunos, pesquisadores, simpatizantes e pesquisadores da história curitibanense.
(*) Um motor específico que funciona com gases (nitrogênio, hidrogênio, monóxido de carbono, metano). O combustível gasogênio surgiu no Brasil durante a crise do petróleo decorrente da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o racionamento de gasolina imposto pelo governo brasileiro obrigou os motoristas a converter seus carros para funcionar com gasogênio (gás obtido por meio da queima de carvão). – Fonte: HTTPS://m.brasilescola.uol.com.br
Referência para o texto:
FELIPPE, Euclides J. Caminho das Tropas em Santa Catarina (O), O Pouso dos Curitibanos, 1ª edição do autor, 1996, Curitibanos-SC. 158 p.
Bom dia Sr!.
ResponderExcluirRecebi do dileto amigo Aldeir Tortato no domingo passado, um exemplar, que você e mais dois autores autografado que com muita honra, prazer, vou guardar sempre.
Permita-me algumas sugestões nesse precioso texto.
1) Primeira citação á Curitibanos não é de português Cristovão Pereira de Abreu, mas de outro português, sargento-mor da praça de Santos, Francisco de Souza e Faria, o "abridor" oficial do Caminho das Tropas/Conventos, mas nome com restrições e explicarei em outra oportunidade, quando de sua jornada da atual Araranguá, até oficialmente o término da jornada (não da viagem) na Fazenda Os Carlos, na atual Balsa Nova, zona metropolitana de Curitiba, desde 11 de FEV de 1728 até 08 /11 e 19 de SET de 1730, na Coletoria/ Guarda de CWB, margem direita do rio Iguaçu, Fazenda de Manoel Gonçalves de Aguiar e depois visita na Câmara da Vila de Curitiba, onde assinou documentos. Assim acredito que em nove meses de 1730, ele estava em invernagem ou/e passagem na rota por onde passou pela área da cidade de Curitibanos. Olhe a citação dele em suas Notícias Práticas dadas dez anos depois do início da jornada:
"Deste sitio passei ao campo chamado dos Coritibanos, caminhando sempre por campos em que há algumas restingas e capões de Mattos, e nestes não poucos córregos e rios."
2) Acho que CP de Abreu passou em 1732 por Curitibanos, pois ele levou onze meses desde a atual Araranguá até Curitiba, sendo que em FEV de 1732 estava no topo da Escarpa da Serra Geral em São José dos Ausentes/RS, saindo em JAN do mesmo da região dos Conventos/rio Araranguá, cidade hoje e assim, chegou em Curitiba em FEV de 1733, a segunda citação na historiografia.
3) O mapa, um dos 5 da Região Sul parte dela, do "Padre Matemático" jesuíta português Diogo Soares, português no BR entre 1730 e 1748, não é de 1737, como consta na fonte, Biblioteca Nacional, mas de 1738. Que é a primeira na cartografia, como Corio Tibanos.
Continua...
Por favor para que possa comentar sobre o fitotopônimo Curitiba e a origem do nome Curitibanos, pediria a gentileza de me enviar os e-mail ou/e WhatsApp, seu e dos demais autores, autora da preciosa obra que lançaram há pouco.
Sr. Aldair Goeten de Moraes;
Sr. Júlio Bernardo da Silva Filho;
Sra. Elisabeth Maria Stüpp de Macedo.
Creio que a lembrança para me dar o livro foi do estimadíssimo amigo Sr. Aldair e a generosidade de vocês em autografar e a viagem e entrega do amigo Aldeir que é uma das grandes referências de nossa vida.
Muitíssimo obrigado.
Geraldo Jorge Barfknecht
Aposentado apenas.
Tenho algum conhecimento sobre os Caminhos Antigos/ Caminhos das Tropas relevo/orografia Sulina, Campos Sulinos, Climatologia da Região Sul, etnia Kaingang...sempre m linhas genéricas.
41-99941-0143
gbarfknecht@gmail.com