segunda-feira, 22 de junho de 2015

AS PENEIRAS DE HIRAN


Final de Tarde! Mais uma jornada de trabalho terminara! Cansado por mais um dia, Mestre Hiran recostou-se sobre o frescor do ébano para o tão merecido descanso. Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se seu Mestre Construtor predileto, que lhe diz:
- Mestre Hiran... Vou lhe dizer o que disseram do segundo Mestre Construtor...
Hiran, com sua infinita sabedoria, responde:
- Calma, meu mestre predileto; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas “três peneiras da sabedoria?”
- Peneiras da sabedoria? Não me foram mostradas, respondeu o predileto!
- Sim... meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: Tudo quanto te disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que é a da VERDADE, eu te pergunto:
- Tens certeza de que o que te contaram é realmente verdade?
Meio sem jeito o Mestre respondeu:
- Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...
Hiran continua:
- Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a peneira da BONDADE. EU TE PERGUNTO:
- É alguma coisa que gostarias que dissessem de ti?
- De maneira alguma Mestre Hiran... Claro que não!
- então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; a peneira da NECESSIDADE. E te faço a derradeira pergunta:
- Achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre o teu Companheiro?
- Realmente, Mestre Hiran, pensando com a luz da razão, não há necessidade...
- Então ela acaba de vazar nos furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.
- Entendi poderoso Mestre Hiran. Doravante as boas palavras terão caminho em minha boca.
- És agora um mestre completo. Volta ao teu povo e constrói as tuas obras, pois terminastes o teu aprendizado. Porém, lembra-te sempre: as abelhas, construtoras de Deus, nas imundícies dos charcos, buscam apenas flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas, buscam em corpos sadios as chagas e feridas para se manterem vivas.

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