Final de Tarde! Mais uma jornada
de trabalho terminara! Cansado por mais um dia, Mestre Hiran recostou-se sobre
o frescor do ébano para o tão merecido descanso. Eis que, subindo em sua
direção, aproxima-se seu Mestre Construtor predileto, que lhe diz:
- Mestre Hiran... Vou lhe dizer o que
disseram do segundo Mestre Construtor...
Hiran, com sua infinita sabedoria, responde:
- Calma, meu mestre predileto; antes de me
contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas “três
peneiras da sabedoria?”
- Peneiras da sabedoria? Não me foram
mostradas, respondeu o predileto!
- Sim... meu Mestre! Só não te ensinei,
porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: Tudo quanto te
disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que
é a da VERDADE, eu te pergunto:
- Tens certeza de que o que te contaram é
realmente verdade?
Meio sem jeito o Mestre respondeu:
- Bom, não tenho certeza realmente, só sei
que me contaram...
Hiran continua:
- Então, se não tens certeza, a informação
vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a peneira da
BONDADE. EU TE PERGUNTO:
- É alguma coisa que gostarias que dissessem
de ti?
- De maneira alguma Mestre Hiran... Claro que
não!
- então a tua estória acaba de passar pelos
furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; a peneira da
NECESSIDADE. E te faço a derradeira pergunta:
- Achas mesmo necessário passar adiante essa
estória sobre o teu Companheiro?
- Realmente, Mestre Hiran, pensando com a luz
da razão, não há necessidade...
- Então ela acaba de vazar nos furos da
terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.
- Entendi poderoso Mestre Hiran. Doravante as
boas palavras terão caminho em minha boca.
- És agora um mestre completo. Volta ao teu
povo e constrói as tuas obras, pois terminastes o teu aprendizado. Porém,
lembra-te sempre: as abelhas, construtoras de Deus, nas imundícies dos charcos,
buscam apenas flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas,
buscam em corpos sadios as chagas e feridas para se manterem vivas.
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