Há
inúmeras reclamações de professores, que se dizem injustiçados pela baixa
remuneração. São profissionais, que não medem esforços, para publicarem aos
quatro ventos as suas insatisfações. Reclamam, que “não é justo” o salário que
recebem, uma vez que são graduados e pós-graduados em pedagogia.
A
partir daí, gostaria de entrar na discussão. Dizer aos profissionais da
educação, que se autodenominam professores, que em meu tempo, as coisas eram um
pouco diferente. Não havia sindicatos, federações e todo o tipo de sociedades
organizadas, para dar a sustentabilidade aos profissionais. Entretanto!
Naqueles meus idos anos 70 e 80, os alunos aprendiam a escrever corretamente.
Sabiam o que era substantivo composto, abstrato e próprio. Sabiam fazer, sem o
uso de calculadoras, as quatro operações básicas da matemática. Adição,
subtração, multiplicação e divisão.
O
ensino “parecia” ruim, não tínhamos internet para copiarmos os textos com um
simples comando de “copiar e colar”. Tínhamos que ir na biblioteca pública, em
busca de um livro. Chegando lá, invariavelmente, outro aluno tinha aparecido na
nossa frente e estava fazendo o trabalho. Tínhamos que esperar ele terminar o
seu, para então podermos começar a fazer o nosso dever de casa.
Naquela
época, fazíamos todos os deveres de casa. Tínhamos por obrigação e costume essa
prática. Se não fizéssemos os deveres, as professoras comunicavam nossas mães e
o “pau comia solto em nossos lombos”. Ou a “vara de marmelo” para alguns. Mas,
o fato é que, fazíamos os deveres. E ao fazermos, aprendíamos de verdade. As
professoras daquele tempo exerciam a profissão com dedicação e zelo. Era um dom
natural que elas tinham.
Tive
uma professora, que exigia da classe silencio total enquanto ela falava. Ela
era professora de matemática, no Colégio Santa Teresinha, em 1976. Tínhamos que
cruzar os braços e ouvir sua explicação. Tinha hora certa para ouvirmos e para
falarmos.
Tenho
certeza de que as professoras no Brasil, em todos os tempos, sempre ganharam
pouco. Tanto as do meu tempo de criança, como as de hoje em dia, com todo o
pretenso e complexo assistencialismo sindical. O que importa para mim e também
para as crianças, é a qualidade do ensino.
Não
adianta nada uma professora com pós-graduação, ganhar um monte de dinheiro e
ser uma péssima profissional. Não ter amor, dedicação e o dom para exercer a
profissão. Naquele tempo, elas tinham um dom natural. Hoje, muitas pessoas
querem ser pedagogas, pensando no dinheiro que vão ganhar. Quando percebem, que
não há bons salários no magistério, começam a reclamar do governo. Geralmente
descontam a fúria nos inocentes alunos, com aulas mal preparadas e mal dadas.
Estou
tão certo do que escrevo, que posso provar isso. No meu tempo, quando
chegávamos no segundo ano, todos sabíamos ler e escrever. Bem ou mal, mas todos
sabíamos. Agora, se eu pedir para uma criança da quinta ou sexta série ler e
escrever, será uma tragédia. Primeiro, a leitura será desanimadora de ouvir. E
a ortografia terá um alto percentual de palavras escritas de forma errada. De
quem é a culpa? Do Governo que não aumentou o salário dos professores? Dos
pais? Dos próprios alunos, que se distraem com a internet e outras
modernidades? Certamente de todos estes agentes. Mas se um deles, fizer a sua
parte, poderemos reverter a situação. Isso inclui o professor das séries
iniciais do ensino fundamental.
Eu
sei, que muitas famílias estão erradas, em mandar seus filhos para a escola e
esperarem, que os professores sejam os únicos responsáveis por toda a educação
de seus filhos. Sei também, que muitos alunos estão errados em “enrolarem” nos
estudos, nas tarefas e nas provas. Infelizmente, não há boas perspectivas se
isso continuar assim. Ao invés de cada um puxar a brasa para seu assado, que
tal a união de todos, em prol do conhecimento? Se não for pelo conhecimento,
não valerá a pena fazer parte daquelas pessoas envolvidas com a educação.
Haverá apenas um grande engano.
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