sábado, 29 de dezembro de 2012

METAS E OBJETIVOS



De todos os meus textos apresentados neste periódico, este é o mais subjetivo de todos até agora. Mas é também, um dos meus escritos mais reflexivos. Ao registrá-lo, pensei em mim mesmo e imaginei, se a maioria das pessoas contempla o final e o início de cada ano da mesma forma.
Toda vez que um ano finda, surgem novos pensamentos em nossas cabeças. Queiramos ou não, instintivamente, nos auto avaliamos. Volvemos nossas mentes para o ano que termina. Lembramos as nossas conquistas e as nossas perdas. Esses são pensamentos comuns nesta época do ano. Comigo é sempre assim. Tem sido assim há muito tempo. Pergunto-vos, caros leitores, será que isso acontece com vocês tambem, nesta época?
Alguns pensamentos afloram. “Aumentaram ou diminuíram meus ativos? Sobrou ou faltou dinheiro na minha conta bancária? Meu saldo anual foi positivo ou fiquei no vermelho? Tive outras conquistas pessoais? Como foi o meu progresso e desenvolvimento individual? Avancei? Melhorei ou piorei numa determinada área? Como me saí espiritualmente, mentalmente e fisicamente? Fui um bom marido, um bom pai, um bom irmão? Um bom vizinho?”
Para as respostas às perguntas acima, é necessário uma pesquisa interna e íntima, no meu contexto social, cultural e econômico no final do ano. Projetando-me para o novo ano, conforme as minhas ideias estão alicerçadas. Eu preciso identificar algum desenvolvimento, algum progresso, algum avanço ou domínio de alguma tecnologia. Preciso saber se culturalmente, eu aprimorei meu entendimento sobre alguns pontos da macroeconomia.
Outras perguntas: “Entendi a realidade da crise internacional, da inflação, da carga tributária, infraestrutura, democracia, impunidade e liberdade?” A democracia e a liberdade são ferramentas indispensáveis para a auto avaliação. Culturalmente, dentro de um país livre, eu posso organizar minhas ideias e pensamentos, e compartilhá-las. Posso realizar alguns atos positivos ou não, e participar de forma igualitária, na constante construção da nação, inculcando-me uma sensação interna de patriotismo e paixão.
Depois das avaliações surgem as metas para o ano novo que se inicia. Estas podem ser individuais ou coletivas. Podem ser num nível próprio ou alheio, ou seja, para meu próprio desenvolvimento ou o desenvolvimento de outro. Infalivelmente, surgem outros pensamentos abstratos, sonhos, devaneios. “Neste novo ano, se eu ganhar na loteria, ficarei muito rico”. No ano passado, passou o ano, e eu não joguei na loteria. Isso se tornou algo inatingível, pois eu fiquei fora estatisticamente, daqueles que tiveram chances reais de ganhar.
Existe uma diferença entre metas e objetivos, a primeira tem significado definido como finalidade, fim, alvo, mira, marco, baliza, limite. Já a segunda palavra se refere a uma espécie de fito a ser alcançado em uma operação, em outras palavras, meta tem um prazo pré-estipulado, uma data marcada para acontecer, objetivo não. É como se objetivo fosse um sonho, uma esperança ou um anseio de se alcançar um bem ou uma posição. Nem sempre as estratégias surtem o efeito esperado. Na grande maioria das vezes, há tropeços e falhas no meio do caminho. Mas mesmo assim, precisamos continuar tentando.
Como exemplo, temos as estratégias e os planos de ações militares numa guerra real. Os planos são traçados, as datas estipuladas, os posicionamentos são estrategicamente bem feitos. Estas são as metas. O objetivo é obter a vitória, sendo que nem sempre é possível, pois o adversário vai fazer de tudo para não se deixar abater. Tempestades de toda espécie podem atrapalhar nossos objetivos, fazendo com que nossos planos sejam frustrados. Mesmo assim, por causa da nossa racionalidade, precisamos continuar tentando.
Nunca quis nada negativo atrapalhando meus planos, por isso, alguns pontos racionais sempre foram ignorados ou suprimidos. E quando foram considerados, às vezes, conforme as conquista iniciais, relaxei e não dei a atenção necessária para as próximas etapas.
Desejo para este novo ano que se inicia, alcançar meus objetivos reais, com mais atenção, através da conquista das muitas metas estipuladas. Bom 2013 a todos os leitores.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O PREÇO DE VENDA NO COMERCIO LOCAL



Algumas pessoas que estão trabalhando na cidade de Curitibanos, funcionários de empresas, que estão asfaltando algumas ruas, ampliando a usina hidrelétrica Pery, ou elaborando projetos técnicos, ao lerem alguns artigos meus, pediram-me para escrever algo sobre o comércio de Curitibanos. Segundo estas pessoas, que na sua maioria, são de outras cidades, há algumas singularidades no comércio local, diferentes do que eles estão acostumados a ver em suas cidades.
Eles reclamaram que alguns lojistas locais estão abusando dos preços de suas mercadorias. Me deram um exemplo, alguns proprietários de lojas de vestuário, aqui de Curitibanos compram uma calça em São Paulo, na Rua 25 de março, por 20 ou 30 reais e revendem a mesma calça por cerca de 90 reais em Curitibanos. Isso sem nenhum critério de cálculo para a formação do preço de venda. O pior é que eu fui verificar com três comerciantes locais, pedindo-lhes: “Como o senhor calcula o seu preço de venda?” As respostas foram assim, dois comerciantes me disseram que colocam o dobro do preço para a venda, por causa dos impostos. Outro disse, que conforme o produto, não havendo similares na concorrência, coloca três vezes o valor pago como preço de venda.
Ora, essa não é a forma correta para a formação de preço de venda. É necessário que o comerciante esteja familiarizado com os regimes de tributação: Simples Nacional, Tributação normal e o regime de Lucro Presumido. Ainda, é necessária a elaboração de tabelas ou planilhas de despesas, custo fixo, custo variável, impostos incidentes sobre a mercadoria e todo um sistema de controle, como fluxo de caixa, Mark up, Ponto de Equilíbrio e margem de Contribuição.
É complexo para alguns. Mas garanto-lhes, que todo comerciante, que conseguir ter os dados do seu empreendimento nas suas mãos, saberá com segurança, se está obtendo lucro ou não.
Não é só o preço de venda que é um problema no comercio local. O que citarei a seguir, eu mesmo já encontrei até em capitais. Se existe algo que me irrita é ir num mercado, comprar, pagar um preço mais caro do que o normalmente praticado, chegar no caixa e constatar que o proprietário não usa uma impressora fiscal e sim uma calculadora comum para somar as compras dos clientes. Tem vários mercadinhos que usam este método em Curitibanos. Como disse, não só aqui, mas é uma prática totalmente ilegal. Eu procuro evitar entrar nestes estabelecimentos.
Dias atrás, eu desabafei para o proprietário de um destes mercados: “Seu preço deveria ser mais baixo do que o praticado pela concorrência. Pelo que vejo, o senhor não emite cupom fiscal, sendo assim, há indícios de sonegação, mas percebo que seus preços são até mais elevados do que os da concorrência, que emitem cupom fiscal”.
Muitas pessoas fomentam a sobrevivência destes estabelecimentos, que podem ser mercadinhos, botecos, bares, açougues.  Geralmente eles estão em bairros isolados da cidade. A clientela é cativa. São os moradores do próprio bairro. Na hora de uma necessidade, acabam por fazer pequenas compras, ficando reféns destes estabelecimentos. Eu até suspeito que alguns destes pequenos proprietários compram nos grandes supermercados de Curitibanos, aproveitando-se de alguma promoção e revendem alguns de seus produtos.
A inexistência ou erro, de cálculo de formação de preço de venda, fica explícita até mesmo em alguns supermercados tradicionais. Não tem lógica, um produto que é industrializado há mais de 1400 quilômetros ser mais barato, do que o mesmo produto de outra marca, industrializado cerca de 80 quilômetros de Curitibanos. Estou falando de uma marca específica de leite longa vida encontrada num supermercado da cidade. Não precisa de muito conhecimento para saber que um dos fatores que elevam os preços é justamente o frete. Este texto serve como um alerta para os comerciantes locais. Pessoas que passam por aqui, observam o comportamento dos comerciantes e seus preços.