quinta-feira, 21 de abril de 2011

SOBRE O AUMENTO DA TAXA BÁSICA DE JUROS


Pela terceira vez, de forma consecutiva, a taxa básica de juros – SELIC foi aumentada. Apesar da não unanimidade, dos diretores que votam na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), houve aumento de 0,25%, sem viés, elevando a taxa para 12% ao ano.
Estou entre os economistas que não concordam com esse sistema de aumento, aplicado sistematicamente pelo governo, como única forma de conter a inflação. Os maiores responsáveis pela inflação interna no Brasil, atualmente são as commodities que tem seus preços controlados nas bolsas internacionais. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf, Vai, sim, aumentar ainda mais o gasto público brasileiro, consumindo no ano mais R$ 4,5 bilhões que poderiam ser investidos em áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura”.
Observei em diversos artigos, notas, postagens em blogs e sites, que os representantes da maioria dos setores ligados a indústria, comércio e prestação de serviços, criticaram enfaticamente a decisão de aumento da SELIC. Apesar de antes da reunião, já haver uma espera nesse sentido, todos, de forma unânime acham que o remédio para a inflação não surte o efeito esperado. As muitas opiniões apontam para uma política fiscal severa, que preveja o controle dos gastos públicos e uma melhor eficiência nos serviços prestados pelo governo.
Tentando segurar o consumo, o governo não observa que a iniciativa do COPOM vai na “contramão do desenvolvimento econômico com distribuição de renda” e que “o governo, mais uma vez, atende os interesses do capital especulativo”Estas foram palavras dos dirigentes da Força Sindical. Estas refletem a verdade, pois com o aumento da taxa básica de juros, aumenta também as chances da entrada de dólares de forma volátil. Isso força através do mercado, o preço da moeda americana despencar ainda mais. Isso na verdade é lei da oferta e procura. Quanto mais dólares entrar no Brasil, mesmo que de forma especulativa, mais a moeda americana perderá seu valor frente o Real.
Para ter uma idéia de como isso é verdadeiro, como já havia uma expectativa de viés de alta na taxa SELIC, o dólar fechou a quarta-feira (20/abr/2011) valendo R$ 1,571, o que representa um recuo de 0,32%. Este é o menor patamar desde 4 de agosto de 2008, quando a moeda fechou a R$ 1,563. 

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