Texto de Antonio Carlos Popinhaki
Se me perguntassem: “qual seria na tua opinião, a maior invenção que o homem poderia criar?” Eu não hesitaria! Como bom leitor de biografias, eu diria: “certamente, uma máquina ou dispositivo que pudesse colher as informações, as experiências vividas, positivas ou negativas, com o objetivo de combinar essas informações para tornar a raça humana mais desenvolvida”.
Realmente, eu acredito nisso! A humanidade progride através da aplicação prática do conhecimento já vivido por um antecessor isolado ou que viveu numa comunidade. Por isso eu fico imaginando, dia após dia: quanta informação preciosa perdemos com a morte das pessoas em guerras tolas, pandemias, desdém ou apatia pela vida?
Todas as vidas importam! É uma frase de efeito utilizada abusadamente nos últimos anos. Uma frase que deveria comover e convencer os céticos, principalmente, aqueles que têm “o coração de pedra”, aqueles que não choram pela perda de um “ente querido”, ou de uma vida alheia. Todas as vidas importam, mesmo que seja a vida de um animal, pois não estamos a milhares de anos procurando outras formas de vida em planetas ou locais fora da Terra? Ora, se há essa imensa, e quando digo imensa, é imensa mesmo, dificuldade de encontrar, mesmo que seja a vida de uma ameba, ou de uma bactéria fora do nosso planeta, então, não seria importante valorizarmos a vida por aqui?
O meu gênero de leitura favorito é “biografia”. Depois, na ordem, vem “história” e “cultura tradicional”. Tenho me esforçado para ler continuamente livros que me remetem a esses assuntos: biografias, história e cultura tradicional de um lugar ou povo. Não desprezo nenhuma informação, pelo contrário, junto-as para os meus textos, os meus livros e o meu conhecimento.
Ultimamente, eu tenho estado em contato com documentos, acervos antigos e biografias de alguns personagens que fizeram parte da história da minha cidade. Espero conseguir ajudar, de forma positiva, no engrandecimento cultural local, aproveitando esse material, juntando seus fragmentos, visto que as informações contidas, não foram preservadas como um conjunto, e sim como retalhos degenerados de várias épocas, locais e pessoais.
Instigo a todos que estiverem ao alcance destas minhas palavras, a escreverem, mesmo que seja num caderno, uma “biografia pessoal em vida”. Após a nossa partida (não sabemos quando será, mas sabemos que não somos eternos), será de grande valia para as futuras gerações, principalmente, para os descendentes diretos, pois, certamente, alguém no futuro, desejará saber, “quem foi meu antepassado? Como ele ou ela era? Com que dificuldades ele ou ela teve que lidar em seu tempo?”
Perguntas que fazemos sobre os nossos ancestrais e muitas vezes, na grande maioria delas, não temos a resposta, simplesmente porque não nos foi preservada ou destinada informações necessárias. Muitas doenças poderiam ser facilmente diagnosticadas, se tivéssemos anotado e mantido um histórico patológico de hereditariedade no tocante à fragilidade familiar. Conheço aqui mesmo na minha cidade de Curitibanos, uma família que já teve várias baixas ou mortes de familiares resultantes do câncer. Cada vez que visito o cemitério local e me deparo com o jazigo daquela família, fico imaginando o sofrimento dos seus membros, por saber que se qualquer um deles não estiver atento nos cuidados com a saúde, certamente poderá seguir pelo mesmo caminho dos que já não estão mais entre os vivos, ou seja, morrer da mesma doença.
E em época de pandemia? Já conseguimos imaginar a riqueza e a grandeza das informações que se extraviaram com a perda das centenas de milhares de vidas em nosso país? Dos milhões ao redor do globo? Incalculável!
Portanto, cada vida importa! Cuidemos da nossa, porque, mais uma vez, não somos eternos. No final, sabemos que “tudo tenderá a virar pó”, mas podemos adiar isso, se tentarmos imprimir a nossa marca em prol da nossa sociedade, do nosso semelhante, do nosso parente. Mesmo sem dispormos de uma máquina ou dispositivo para colher as informações e as experiências vividas, positivas ou negativas, podemos imprimir a nossa marca, tornar a raça mais forte, mais desenvolvida. Escrevi este texto como o resultado de uma reflexão sobre o valor da vida humana, após ter presenciado a perda de inúmeras pessoas conhecidas da nossa sociedade, em todas as esferas. É, portanto, apenas uma reflexão!
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