terça-feira, 11 de outubro de 2011

FAZENDA REDUZ PROJEÇÃO DE ALTA DO PIB EM 2011

Por Isabel Versiani – Reuters

O Ministério da Fazenda deve reduzir sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para algo entre 3,5 por cento e 4 por cento, afirmou nesta terça-feira o secretário-executivo da pasta Nelson Barbosa.
A estimativa oficial da equipe do ministro Guido Mantega, usada na programação orçamentária do governo, está atualmente em 4,5 por cento --bem acima do crescimento de 3,5 por cento esperado pelo mercado e pelo Banco Central (BC).
"O próximo decreto (orçamentário), que sai em novembro, deve trazer essa revisão, para entre 3,5 e 4 por cento", afirmou Barbosa a jornalistas após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.
Ele acrescentou que, para 2012, o governo ainda trabalha com a previsão de expansão de 5 por cento, mas disse que o prognóstico será sujeito a reavaliações durante a tramitação do Orçamento do ano que vem no Congresso.
O relator do projeto do Orçamento no Congresso, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), informou nesta terça-feira que, em sua proposta, a estimativa de expansão do PIB foi revisada de 5 para 4,5 por cento no próximo ano.
Mais cedo, durante audiência na comissão especial da Câmara que discute proposta de renovação do mecanismo da Desvinculação de Receitas da União (DRU), Barbosa avaliou que a manutenção de uma política de equilíbrio fiscal pode contribuir para reduções adicionais do juro básico da economia ao longo dos próximos meses.
O BC reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto no final de agosto, para 12 por cento ao ano, após cinco altas sucessivas. A expectativa do mercado é que haja uma nova redução, e na mesma proporção, da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária em 18 e 19 deste mês.

DESVINCULAÇÃO DO ORÇAMENTO

A DRU é um mecanismo que libera parte das receitas orçamentárias das vinculações previstas em lei, dando ao governo federal o direito de aplicar livremente 20 por cento dos recursos. A desvinculação vence no final deste ano e o Congresso examina uma Proposta de Emenda Constitucional que prorroga o mecanismo até o final de 2015.
Barbosa defendeu que a manutenção da desvinculação é essencial para manter o país na trajetória de equilíbrio fiscal que tem sido, segundo ele, essencial para diferenciar o Brasil dos demais países em momento de crise internacional.
"Para viabilizar a queda da taxa de juros, o controle da inflação e a efetivação dessas taxas de crescimento também é crucial a flexibilidade na política fiscal para que a gente possa lidar com as demandas da economia brasileira e choques que vem do exterior", disse Barbosa.
Na mesma linha, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que também participou da audiência, afirmou que as vinculações orçamentárias emperram gastos em investimento e seguridade social e "são camisa de força para ações necessárias para o país continuar crescendo."
Questionados sobre temores de que o Congresso não aprove a renovação da DRU a tempo, Belchior e Barbosa disseram não trabalhar com essa hipótese.
Depois de passar pela Câmara, a renovação da DRU ainda terá de ser submetida à aprovação do Senado.
(Reportagem de Isabel Versiani - Também disponível no site Yahoo Brasil)

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