terça-feira, 19 de abril de 2011

MINISTÉRIO PÚBLICO QUER QUE BULLYING SEJA CRIME

Em São Paulo os Promotores da Infância e Juventude querem que o bullying seja considerado crime. Um anteprojeto de lei elaborado pelo grupo prevê pena mínima de um a quatro anos de reclusão, além de multa. Se a prática for violenta, grave, reiterada e cometida por adolescente, o autor poderá ser internado na Fundação Casa, a antiga Febem.
A proposta prevê que poderá ser penalizada a pessoa que expuser alguém, de forma voluntária e mais de uma vez, a constrangimento público, escárnio ou qualquer forma de degradação física ou moral, sem motivação evidente estabelecendo relação desigual de poder. Estão previstos casos em que a pena pode ser ampliada, como quando é utilizado meio eletrônico ou qualquer mídia (cyberbullying). “Hoje, como não há tipificação legal específica, os casos que chegam são enquadrados geralmente como injúria ou lesão corporal”, explica promotor Mario Augusto Bruno Neto, secretário executivo da promotoria.
Como o bullying e o cyberbullying são praticados na imensa maioria dos casos por crianças e adolescentes, os promotores vão precisar adaptar a tipificação penal dessas práticas ao que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O anteprojeto será submetido, no dia 6 de maio, a aprovação na promotoria e, depois, encaminhado ao procurador-geral do Ministério Público (MP), Fernando Grella Vieira, que deverá enviar o texto a um deputado para que o documento seja encaminhado ao Congresso. Antes disso, porém, a proposta será divulgada no site do MP para consulta pública. “Queremos que a população envie sugestões para que possamos aperfeiçoá-la”, explica o promotor Bruno Neto.
A educadora Madalena Guasco Peixoto, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), considera a proposta exagerada. “Essa questão não se resolve criminalizando, e para casos graves já existe o crime de lesão corporal”, opina. “As escolas precisam assumir a responsabilidade e, se tiver de haver punição, que seja aplicada pelos estabelecimentos de ensino”, defende. “O problema é que as escolas estão sendo omissas”, rebate o promotor Thales Cezar de Oliveira, que também assina o anteprojeto de lei.
Essa matéria foi publicada ontem, no Jornal da Tarde, de autoria da jornalista Luísa Alcalde. Ela nos remete a ponderar: Por que será que esse assunto em questão ainda não é regulamentado com leis em todo o Brasil? Por que precisamos falar nesse assunto somente após o ato de um delinquente que foi vítima de bullying? Seria o bullying responsável por seus atos homicidas? Vale um alerta para todos os legisladores do Brasil acordarem. Os legisladores de todas as esferas, municipal, estadual e federal. Ao invés de ficarem tentando defender o que já é muito, como seus salários, ajuda de custo e verbas adicionais para suas assessorias, discutirem e elaborarem leis que realmente possam mudar a cultura das pessoas, começando com as crianças e jovens nas escolas de todo o Brasil.

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