terça-feira, 4 de maio de 2010

Bah, não vai dar!

Deixar para amanhã o trabalho, o compromisso de hoje, é coisa para vadios ou medrosos. A procrastinação tanto pode ser o resultado da indolência, para não dizer vadiagem, quanto do medo. O vadio não liga para aquela história do não deixar para amanhã o que temos que fazer hoje, nem aí. O vadio simplesmente adia e vadia.

Mas esse retardamento do trabalho, do compromisso, também pode resultar do medo. Diante do medo é sempre melhor deixar para amanhã o grande teste, o risco, a possibilidade da perda, etc, etc.

Estou dando estas voltas para dizer que acabei de ler uma manchete, sobre vestibulares, e que dizia que “rever matérias não é fácil”. Li, pensei e discordei.

É facílimo rever matérias. Mas veja bem, eu disse “rever”, eu não disse “ver”, o que significaria primeira vez. O aluno vadio deixa o estudo das lições de hoje para “amanhã”. Na chegada do amanhã, o vadio já tem a lição de ontem e a de hoje para estudar, é uma sobrecarga. O que ele faz? Deixa para “segunda-feira”. E assim ele vai.

Chega o fim do ano, o sujeito está até o pescoço de matéria não estudada, e aí, ao tempo em que os estudiosos estão apenas repassando a matéria, o vadio vai ter que estudá-la, toda, todinha. Não vai dar tempo, além disso, a memória não funciona sob pressão, a memória é moça faceira, gosta de lazer, de levezas. Pressão, urgência, não é com ela. Sim, é verdade, há guris e gurias que não nasceram para estudar. E quando isso acontece, os pais costumam se preocupar mais com os guris do que com as gurias. Porque os guris vão ter que responder por eles mesmos, por uma família... Já as gurias, bem, as gurias podem casar e, casando, resolvem seus problemas... É assim que pensam os pais, em escandalosa maioria.

O recado que quero deixar com os guris que descuidam dos estudos é que não sejam trouxas, querendo ser espertos. O negócio é estudar um pouco todos os dias, todos. Computador, joguinhos de otários, esses videogames, chats, MS não sei o quê, tudo coisa de bobão, de babão metido a vivo, a esperto. Espertos estudam, estudam todos os dias, não deixam as matérias se acumular. E quando é preciso fazer revisão de matéria, só farão revisão. Já os trouxas pegam os livros, os folheiam e bufam: – Bah, é muita coisa, não vou conseguir!

E eu pergunto: valeu a pena a vadiagem? Fui grosso?
Luiz Carlos Prates - DC 28/4/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário