sábado, 29 de dezembro de 2012

METAS E OBJETIVOS



De todos os meus textos apresentados neste periódico, este é o mais subjetivo de todos até agora. Mas é também, um dos meus escritos mais reflexivos. Ao registrá-lo, pensei em mim mesmo e imaginei, se a maioria das pessoas contempla o final e o início de cada ano da mesma forma.
Toda vez que um ano finda, surgem novos pensamentos em nossas cabeças. Queiramos ou não, instintivamente, nos auto avaliamos. Volvemos nossas mentes para o ano que termina. Lembramos as nossas conquistas e as nossas perdas. Esses são pensamentos comuns nesta época do ano. Comigo é sempre assim. Tem sido assim há muito tempo. Pergunto-vos, caros leitores, será que isso acontece com vocês tambem, nesta época?
Alguns pensamentos afloram. “Aumentaram ou diminuíram meus ativos? Sobrou ou faltou dinheiro na minha conta bancária? Meu saldo anual foi positivo ou fiquei no vermelho? Tive outras conquistas pessoais? Como foi o meu progresso e desenvolvimento individual? Avancei? Melhorei ou piorei numa determinada área? Como me saí espiritualmente, mentalmente e fisicamente? Fui um bom marido, um bom pai, um bom irmão? Um bom vizinho?”
Para as respostas às perguntas acima, é necessário uma pesquisa interna e íntima, no meu contexto social, cultural e econômico no final do ano. Projetando-me para o novo ano, conforme as minhas ideias estão alicerçadas. Eu preciso identificar algum desenvolvimento, algum progresso, algum avanço ou domínio de alguma tecnologia. Preciso saber se culturalmente, eu aprimorei meu entendimento sobre alguns pontos da macroeconomia.
Outras perguntas: “Entendi a realidade da crise internacional, da inflação, da carga tributária, infraestrutura, democracia, impunidade e liberdade?” A democracia e a liberdade são ferramentas indispensáveis para a auto avaliação. Culturalmente, dentro de um país livre, eu posso organizar minhas ideias e pensamentos, e compartilhá-las. Posso realizar alguns atos positivos ou não, e participar de forma igualitária, na constante construção da nação, inculcando-me uma sensação interna de patriotismo e paixão.
Depois das avaliações surgem as metas para o ano novo que se inicia. Estas podem ser individuais ou coletivas. Podem ser num nível próprio ou alheio, ou seja, para meu próprio desenvolvimento ou o desenvolvimento de outro. Infalivelmente, surgem outros pensamentos abstratos, sonhos, devaneios. “Neste novo ano, se eu ganhar na loteria, ficarei muito rico”. No ano passado, passou o ano, e eu não joguei na loteria. Isso se tornou algo inatingível, pois eu fiquei fora estatisticamente, daqueles que tiveram chances reais de ganhar.
Existe uma diferença entre metas e objetivos, a primeira tem significado definido como finalidade, fim, alvo, mira, marco, baliza, limite. Já a segunda palavra se refere a uma espécie de fito a ser alcançado em uma operação, em outras palavras, meta tem um prazo pré-estipulado, uma data marcada para acontecer, objetivo não. É como se objetivo fosse um sonho, uma esperança ou um anseio de se alcançar um bem ou uma posição. Nem sempre as estratégias surtem o efeito esperado. Na grande maioria das vezes, há tropeços e falhas no meio do caminho. Mas mesmo assim, precisamos continuar tentando.
Como exemplo, temos as estratégias e os planos de ações militares numa guerra real. Os planos são traçados, as datas estipuladas, os posicionamentos são estrategicamente bem feitos. Estas são as metas. O objetivo é obter a vitória, sendo que nem sempre é possível, pois o adversário vai fazer de tudo para não se deixar abater. Tempestades de toda espécie podem atrapalhar nossos objetivos, fazendo com que nossos planos sejam frustrados. Mesmo assim, por causa da nossa racionalidade, precisamos continuar tentando.
Nunca quis nada negativo atrapalhando meus planos, por isso, alguns pontos racionais sempre foram ignorados ou suprimidos. E quando foram considerados, às vezes, conforme as conquista iniciais, relaxei e não dei a atenção necessária para as próximas etapas.
Desejo para este novo ano que se inicia, alcançar meus objetivos reais, com mais atenção, através da conquista das muitas metas estipuladas. Bom 2013 a todos os leitores.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O PREÇO DE VENDA NO COMERCIO LOCAL



Algumas pessoas que estão trabalhando na cidade de Curitibanos, funcionários de empresas, que estão asfaltando algumas ruas, ampliando a usina hidrelétrica Pery, ou elaborando projetos técnicos, ao lerem alguns artigos meus, pediram-me para escrever algo sobre o comércio de Curitibanos. Segundo estas pessoas, que na sua maioria, são de outras cidades, há algumas singularidades no comércio local, diferentes do que eles estão acostumados a ver em suas cidades.
Eles reclamaram que alguns lojistas locais estão abusando dos preços de suas mercadorias. Me deram um exemplo, alguns proprietários de lojas de vestuário, aqui de Curitibanos compram uma calça em São Paulo, na Rua 25 de março, por 20 ou 30 reais e revendem a mesma calça por cerca de 90 reais em Curitibanos. Isso sem nenhum critério de cálculo para a formação do preço de venda. O pior é que eu fui verificar com três comerciantes locais, pedindo-lhes: “Como o senhor calcula o seu preço de venda?” As respostas foram assim, dois comerciantes me disseram que colocam o dobro do preço para a venda, por causa dos impostos. Outro disse, que conforme o produto, não havendo similares na concorrência, coloca três vezes o valor pago como preço de venda.
Ora, essa não é a forma correta para a formação de preço de venda. É necessário que o comerciante esteja familiarizado com os regimes de tributação: Simples Nacional, Tributação normal e o regime de Lucro Presumido. Ainda, é necessária a elaboração de tabelas ou planilhas de despesas, custo fixo, custo variável, impostos incidentes sobre a mercadoria e todo um sistema de controle, como fluxo de caixa, Mark up, Ponto de Equilíbrio e margem de Contribuição.
É complexo para alguns. Mas garanto-lhes, que todo comerciante, que conseguir ter os dados do seu empreendimento nas suas mãos, saberá com segurança, se está obtendo lucro ou não.
Não é só o preço de venda que é um problema no comercio local. O que citarei a seguir, eu mesmo já encontrei até em capitais. Se existe algo que me irrita é ir num mercado, comprar, pagar um preço mais caro do que o normalmente praticado, chegar no caixa e constatar que o proprietário não usa uma impressora fiscal e sim uma calculadora comum para somar as compras dos clientes. Tem vários mercadinhos que usam este método em Curitibanos. Como disse, não só aqui, mas é uma prática totalmente ilegal. Eu procuro evitar entrar nestes estabelecimentos.
Dias atrás, eu desabafei para o proprietário de um destes mercados: “Seu preço deveria ser mais baixo do que o praticado pela concorrência. Pelo que vejo, o senhor não emite cupom fiscal, sendo assim, há indícios de sonegação, mas percebo que seus preços são até mais elevados do que os da concorrência, que emitem cupom fiscal”.
Muitas pessoas fomentam a sobrevivência destes estabelecimentos, que podem ser mercadinhos, botecos, bares, açougues.  Geralmente eles estão em bairros isolados da cidade. A clientela é cativa. São os moradores do próprio bairro. Na hora de uma necessidade, acabam por fazer pequenas compras, ficando reféns destes estabelecimentos. Eu até suspeito que alguns destes pequenos proprietários compram nos grandes supermercados de Curitibanos, aproveitando-se de alguma promoção e revendem alguns de seus produtos.
A inexistência ou erro, de cálculo de formação de preço de venda, fica explícita até mesmo em alguns supermercados tradicionais. Não tem lógica, um produto que é industrializado há mais de 1400 quilômetros ser mais barato, do que o mesmo produto de outra marca, industrializado cerca de 80 quilômetros de Curitibanos. Estou falando de uma marca específica de leite longa vida encontrada num supermercado da cidade. Não precisa de muito conhecimento para saber que um dos fatores que elevam os preços é justamente o frete. Este texto serve como um alerta para os comerciantes locais. Pessoas que passam por aqui, observam o comportamento dos comerciantes e seus preços.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A PERSUASÃO!



Persuasão ou convencimento são sinônimos de convicção. As pessoas que são persuadidas num assunto qualquer, começam a demonstrar convicção de que aquela causa abraçada é correta e verdadeira. Vemos isso em diversos lugares. Pessoas que são fanáticas torcedoras por um time de futebol, por exemplo. Muitas acabam matando ou morrendo em nome de seu time do coração. Felizmente, aqui onde moramos, não temos que tratar com situações ou pessoas dessa natureza. Todavia, isso é muito comum nas capitais brasileiras ou nas cidades onde há estádios e grandes times de futebol. Quando o campeonato está muito competitivo, as chances de encontrarmos problemas envolvendo torcedores é grande.
Esse amor literal por um time de futebol, geralmente é introduzido na mente do torcedor por alguém. Isso, às vezes vem desde a infância. O responsável pode ser o pai, ou algum outro familiar, que torce ou torcia pelo mesmo time. Torcer é bom, mas é preciso observar as regras e os limites. Estes limites devem existir em forma de educação, sabedoria e compreensão do que é ganhar e perder. Uma vez que nenhum time só ganha, não vale a pena se matar ou matar alguém quando seu time perde.
Outro lugar onde a persuasão está presente, é dentro dos partidos políticos. Acontece algo parecido com o exemplo dos torcedores de futebol. As pessoas ficam meio que atordoadas. Quando tem eleições fica tudo mais evidente. Tamanho chega a ser o fanatismo pela causa. Fulanos que antes eram amigos, de repente ficam inimigos. Vizinhos ficam contra vizinhos. Por um tempo, não se falam, mal se cumprimentam. Famílias ficam divididas por causa de uma sigla. Nem é por causa de um ideal, pois ideal político não existe mais. Atualmente, todos os partidos políticos têm características semelhantes. Concordo que ao abraçarmos uma causa, devemos seguir as regras da mesma. Mas todo sacrifício deve ter um limite.
Encontramos persuasão também dentro das igrejas e religiões. Este tipo de convencimento é um dos piores, pois às vezes, bitola ou limita o desenvolvimento das pessoas por longos anos. Eu mesmo, já fui um “alienado” seguidor de uma bandeira religiosa. Escrevo estas palavras, sem medo de ofender nenhuma denominação eclesiástica. Sei meus limites e sei até onde posso expor meus pensamentos sem insultar ninguém.
Mesmo assim, gostaria de expor algumas considerações baseadas no que aprendi sobre o assunto. Quem lê e questiona o contexto pode perceber que todas as religiões mudam constantemente e se adequam conforme as modas contemporâneas. Na igreja católica, por exemplo: Por longos anos, as missas eram rezadas com o padre de costas para as pessoas.  As músicas eram caracterizadas como hinos e não como MPB, Rock ou outros ritmos da moda. Nas igrejas protestantes e evangélicas era a mesma coisa. Em tempos não muito distantes, era explicitamente proibido um crente assistir ou possuir um aparelho de TV. Isso seria um pecado mui grande. O diabo era o pai da televisão. Hoje todas estas igrejas que condenavam o uso da TV, praticamente possuem programas em canais abertos. Todos os membros são incentivados a assistir e propagarem seus programas na televisão.
A persuasão, convencimento, alienação é algo a ponderarmos constantemente. Vivemos por nosso conhecimento? Estudamos e racionalizamos ou vivemos pelo que alguém nos empurrou, num determinado momento da vida? Estamos convictos realmente de que nosso time do coração é de fato a melhor opção para torcermos? Nosso partido político nos faz diferentes dos demais partidos existentes?  Nossa religião é de fato, uma boa opção para crescermos em conhecimento, sabedoria e progresso pessoal? Estamos aprendendo algo com nossas escolhas a que fomos persuadidos um dia? Se a resposta for afirmativa, meus parabéns. Caso contrário, aconselho a rever seus conceitos e a ser mais crítico.
A capacidade de racionalização, de criticar, de construir, de apresentar propostas, mostrar caminhos melhores, é o que nos diferenciará dos demais persuadidos, convencidos e alienados. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

INADIMPLÊNCIA AUMENTA A CADA DIA!


Cerca de 70% dos empréstimos feitos por idosos, são por impulso ou para outras pessoas.
Aparentemente atrativas, as ofertas de empréstimos para aposentados e pensionistas têm deixado cada vez mais pessoas endividadas. Dados do Conselho Municipal do Idoso (Comid) de Lages, apontam que cerca de 70% dos empréstimos feitos por idosos são por impulso ou para terceiros e, por causa disso, o índice de inadimplência cresce a cada dia.
A promessa de conseguir dinheiro com facilidade, com baixos juros e um longo prazo para pagar, faz com que cada vez mais aposentados façam empréstimos sem necessariamente ter necessidade. Mesmo sendo bem orientado, pois é membro do Comid, o aposentado Osni Linder, 80 anos, acabou caindo na armadilha dos empréstimos. Em 2010, ele quis fazer uma pequena reforma em sua casa e, para tal, procurou um banco e pegou emprestado R$ 1.200,00.
O valor poderia ser pago em 18 parcelas mensais, custando pouco mais de R$ 80,00. O valor da parcela, aparentemente baixo, foi o que mais motivou Osni a aceitar a proposta. Com sua aposentadoria, de pouco menos de um salário mínimo, ele sustenta a casa e a esposa e, em pouco tempo, o valor da prestação do empréstimo começou a pesar no bolso.
Sem conseguir pagar, ele recorreu à filha, que o ajudou para que não ficasse inadimplente e os juros tornassem a dívida ainda mais alta. “Se eu pagasse o empréstimo, o dinheiro ia me fazer falta para os gastos mensais com medicamento, água, luz, impostos, e na hora que contratei o serviço, nem me dei conta disto”, conta.
Depois de se sentir prejudicado ao fazer um empréstimo para resolver uma situação que não era tão urgente, Osni hoje se diz mais precavido e deixa algumas dicas para os aposentados. “As pessoas que ganham um salário mínimo têm que pensar muito bem para saber como vai fazer o empréstimo e se dá conta, porque vai fazer falta depois, isso não tem dúvida. Também acho que empréstimos só devem ser feitos em casos de urgência ou necessidade por causa da saúde”.
Membro do Comid há sete anos, Osni conta que é comum idosos que fazem empréstimos em seus nomes, visando benefício de netos ou filhos, e acabam em maus lençóis por isto.
Oferta de crédito fácil
A vice-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Lages (AAPL), Zoenir Amaral, acredita que a oferta de dinheiro fácil, aliada ao fato de que muitas financiadoras oferecem o serviço apenas visando o cumprimento de metas, são os principais fatores que levam o idoso ao endividamento.
“Acontece que os idosos estão sendo iludidos por diversas ofertas, que aparentemente são fáceis, mas no fundo só dão dor de cabeça”, afirma, completando que a maioria das financiadoras também não obedecem a lei que determina que o valor das mensalidades com empréstimos (um ou mais), não deve ser superior a 30% da renda mensal do contratante. Ela destaca que a maioria dos empréstimos são feitos por impulsos ou para terceiros.
Zoenir ressalta que a Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap), juntamente com a Federação dos Aposentados e Pensionistas de Santa Catarina (Feapesc) e Associação dos Aposentados e Pensionistas de Lages (AAPL) se uniram para desenvolver e apresentar ao senado federal e autoridades competentes, propostas de projetos que visem a punição às empresas que desrespeitarem os direitos dos idosos ao oferecerem empréstimos aleatoriamente.
“Quem quiser contratar este tipo de serviço, deve procurar o banco onde recebe sua aposentadoria, pois as taxas são menores e, além disso, caso já tenha feito outros empréstimos, consegue negociar as taxas de juros”, completa.
A vice-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Lages (AAPL), Zoenir Amaral, acredita que a oferta de dinheiro fácil, aliada ao fato de que muitas financiadoras oferecem o serviço apenas visando o cumprimento de metas, são os principais fatores que levam o idoso ao endividamento.
“Acontece que os idosos estão sendo iludidos por diversas ofertas, que aparentemente são fáceis, mas no fundo só dão dor de cabeça”, afirma, completando que a maioria das financiadoras também não obedecem a lei que determina que o valor das mensalidades com empréstimos (um ou mais), não deve ser superior a 30% da renda mensal do contratante. Ela destaca que a maioria dos empréstimos são feitos por impulsos ou para terceiros.
Zoenir ressalta que a Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap), juntamente com a Federação dos Aposentados e Pensionistas de Santa Catarina (Feapesc) e Associação dos Aposentados e Pensionistas de Lages (AAPL) se uniram para desenvolver e apresentar ao senado federal e autoridades competentes, propostas de projetos que visem a punição às empresas que desrespeitarem os direitos dos idosos ao oferecerem empréstimos aleatoriamente.
“Quem quiser contratar este tipo de serviço, deve procurar o banco onde recebe sua aposentadoria, pois as taxas são menores e, além disso, caso já tenha feito outros empréstimos, consegue negociar as taxas de juros”, completa.
Fonte: Correio Lageano

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ESTAR ATENTO ÀS OPORTUNIDADES!



Jean-Paul Getty, que foi considerado o homem mais rico do mundo, na primeira metade do século passado, tinha por hábito dizer que “se todo o dinheiro do país fosse distribuído igualmente, até o último centavo, para toda a população, ele voltaria para as mesmas mãos, com muito poucas diferenças, em menos de 5 anos.” Naturalmente, isto nunca foi feito em nenhum país do mundo. Entretanto, há diversos fatos que comprovam como verdade a teoria de Getty.
No mundo todo, inclusive no Brasil, apenas 5% das pessoas que ganham grandes fortunas facilmente, basicamente em loterias ou heranças, conservam ou aumentam suas riquezas. A grande maioria das pessoas, em 5 anos ou menos, volta a ser pobre. Muitas vezes, com menos do que tinham antes.
Uma comprovação curiosa foi publicada pelo jornalista Nelson Barretto, em seu livro “Reforma Agrária: O Mito e a Realidade” (Julho de 2003). Embora seu enfoque tenha sido a revolução dos mitos, mentiras e hipocrisias a respeito do assunto, ele constatou que apenas 5% dos assentados prosperam; 95% tornam-se miseráveis moradores das favelas rurais ou partem para outras invasões de terras.
Para entender melhor esse ponto de vista, imagine que uma pessoa sem-terra consegue um lugar para morar. O fato de ela ter feito uma invasão bem sucedida não diz quem ela é realmente, tampouco muda sua mente. Mesmo que consiga invadir mais 10 terras, nunca terá um pensamento que a leve ao topo, somente à próxima invasão. Ou seja, ficará junto com os 95% das pessoas que invadem ou que simplesmente não crescem.
Esta constatação estatística é usada pelos cassinos nos Estados Unidos. Os ganhadores em roletas, mesas de jogo de cartas e de dados, por maiores que sejam, recebem os prêmios em dinheiro e à vista, entretanto, os prêmios acumuladores nas máquinas caça-níqueis são pagos em parcelas anuais. Tal medida é uma proteção, visto que se pressupõe que os jogadores das mesas sabem lidar com dinheiro, ao passo que quem joga nas máquinas são pobres e aposentados que perderiam todo o dinheiro em pouco tempo e viveriam em condições piores do que antes.
Por que 95% das pessoas não sabem lidar com dinheiro, independente da condição social, de cultura, ou de formação? Por que apenas 5% conseguem construir fortunas, apesar de muitos deles não possuírem estudos formais? Sorte? Chance? Oportunidade? Absolutamente NÃO! Não, no sentido como os 95% pensam.
Para começar, sorte é o encontro da capacidade com a oportunidade. Oportunidades existem para todos, em todo lugar e a todo o momento! Entretanto, somente os capacitados conseguem enxergar as oportunidades. Então, muitos diriam: “Ora! Os pobres são pobres porque não recebem capacitação!” De fato, ninguém recebe capacitação, como se recebe o ar ao inspirar; só é conseguida se for buscada e não depende de dinheiro, estudos, cultura ou qualquer conhecimento.
Onde está a capacitação a ser buscada? A resposta está mais perto do que se possa imaginar. Está na mente de cada um! Por exemplo, quando alguém sai à rua, procurando emprego, tendo pensamentos como “… está difícil…”, “… não vou encontrar…”, etc., certamente não encontrará. É muito possível que, até mesmo, passe por diversas placas de “Procura-se…” e nem perceba. Por quê? Sua mente está preparada para ver apenas o que está procurando, isto é, o “não vou encontrar”. Sua mente está trabalhando na construção da confirmação do que já se determinou.
A mentalização é o primeiro passo, entretanto, não é o suficiente. Desde quando nascemos, somos educados a termos medo: “não faça isso ou aquilo porque você vai se machucar”, “vai doer”, etc. Assim, o maior erro que cometemos é termos medo de cometê-los e passamos a procurar explicações e justificativas para o fracasso. A ótima notícia é que isso pode ser mudado! Basta começar a pensar positivamente. Os 5% fizeram essa mudança e qualquer um pode. Estejamos atentos e vigilantes.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

NÃO BASTA APENAS CRER


Ultimamente tenho lido e escutado sobre a “Guerra do Contestado” e as comemorações do seu centenário. Observei que há anos, o assunto não sai da boca de algumas pessoas. São historiadores, pseudo-historiadores e moradores da região, onde o conflito ou a chamada “guerra” aconteceu. Elas, de certa forma, tentam sempre tornar vivas, as muitas histórias que lhes foram transmitidas.
Meu artigo é um alerta sobre o assunto. Posso estar enganado, mas creio que não. Com o passar dos anos, alguns personagens, fatos e também os lugares, transformaram-se de concretos para abstratos, se incorporando nas folclóricas tradições regionais. Na quaresma, depois de 100 anos, ainda encontramos procissões, recomendas, responsos e rezas. Também encontramos algumas bizarrices que foram acrescentadas a todo o quadro místico, cada vez mais encorpado conforme os anos passaram. As distorções, adições ou subtrações dos fatos podem levar-nos a uma outra realidade, bem distante do que realmente aconteceu aqui. Chamo a atenção, ao lembrarmos dos eventos, para preservarmos os fatos como ocorreram, sem diminuir ou acrescentar.
Da mesma forma como aconteceu com vários santos católicos, que viveram ao redor do mundo, é bem provável que daqui há não sei quantos anos, apareça algum milagre atribuído a um destes monges do Contestado. Ou até mesmo, quem sabe, atribuída a uma das virgens que, segundo nos foi passado, tinham visões celestiais e davam instruções divinas ao exército de jagunços. Já não falta e não faltará quem cultue estes personagens. Está faltando muito pouco para isso, pois há décadas já existe na região, uma seita, com pessoas que peregrinam e oram na “quaresma”, invocando as “almas”. Se quisermos nos orgulhar de nossos antepassados, que viveram ou participaram do conflito, devemos atentar para os fatos e não para as lendas.
Em nossos dias, cada vez mais cheio de ferramentas para difusão do conhecimento, tudo o que não precisamos é de confusão cultural. Principalmente porque não queremos que nossos descendentes acreditem em mentiras. É fato que os jovens de hoje são mais espertos e não engolem qualquer história sem questionarem, o que não se via em nossos idos tempos de juventude.
Essa região do Contestado foi, por mais de um século, uma região com um grande índice de pessoas culturalmente pobre. As cidades até o dia de hoje figuram, na sua maioria, no final da lista do Ranking do Índice do Desenvolvimento Humano. O cunho extrativista da araucária, uma característica regional, dava a falsa ideia de desenvolvimento. Isso é fato! Nós podemos comparar a região do Contestado com o desenvolvimento das cidades do litoral, onde não foram implantados crendices na cabeça das pessoas. E onde não usaram o extrativismo como única fonte de geração de riquezas.
Acho extremamente importante conservarmos a memória do “Conflito do Contestado”. Mas dentro de uma racionalidade aceitável. É oportuno ensinar que tanto os gananciosos invasores, como os moradores que viviam na região, que foram afetados pelas exigências capitalistas, na construção da Estrada de Ferro São Paulo até o Rio Grande do Sul, foram personagens reais. Homens comuns e que Deus nunca teve nada a ver com um ou outro lado dos envolvidos. Nem estava do lado do Padre Frei Rogério, nem ao lado dos Monges ou das Virgens, se bem que ambos oravam para a mesma divindade. Não temos evidências de que Deus tenha favorecido um ou outro. Os invasores queriam destruir a floresta em troca de dinheiro e por ganância. Os moradores também eram extrativistas. Dentro de um controle demográfico, poderiam subsistir, sem danos aparentes. Mas isso seria apenas por um período de tempo. Se não houvesse o conflito, eles se multiplicariam, negociariam e acabariam por também destruir a floresta. Consumiriam a floresta, com toda a sua fauna e a flora, mesmo que isso levasse 100 anos. Fica o meu alerta, antes de divulgarmos algo sobre o Contestado sem a devida comprovação. História é história, merece respeito!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

REDUÇÃO DOS JUROS

O Governo Federal, através do Comitê de Política Monetária do Banco Central – COPOM e do Ministério da Fazenda vêm gradativamente diminuindo a taxa básica de juros, a chamada Selic. Atualmente ela está fixada em 7,25%. Essa taxa é o referencial para outras taxas aplicadas em instituições financeiras. Quando a taxa Selic é alta, os bancos que estão operando no Brasil cobram juros exorbitantes dos seus clientes. Cobram também juros por serviços prestados às pessoas que não são clientes bancários, como por exemplo, juros por atraso de duplicatas. Por isso, essas instituições têm lucros elevados ano após ano.
Essa situação vem na contramão do resto do mundo capitalizado. Na Europa, por exemplo, algumas instituições financeiras passam por situações extremas para manterem-se operando. Muitas não conseguem mostrar lucratividade. Bancos gregos, espanhóis e portugueses recentemente foram rebaixados por agências que medem o risco para investidores. Estes bancos perderam a credibilidade que tinham adquirido há anos. Alguns, há mais de um século.
Quando os juros estavam nas alturas no Brasil, era comum a entrada de dinheiro volátil, através de aplicações e compras de títulos por parte de estrangeiros especuladores. Tínhamos uma falsa ideia de segurança. As reservas cambiais ficavam instáveis. De um dia para outro, entravam ou esvaiam bilhões de dólares, conforme as transações especulativas do mercado financeiro. Em outubro de 1997 chegamos a praticar uma taxa de 45,67%. Muitos brasileiros sofreram com estes juros astronômicos: Empresas que administram cartões de crédito e bancos usaram a seu bel-prazer essas taxas.
Como disse anteriormente, hoje a taxa de juros Selic está fixada em 7,25% e tenta se adequar ao resto do mundo. O Brasil aposta, com este procedimento, diminuir a arbitragem ou, em outras palavras, a operação de compra e venda de valores negociáveis, como títulos e dólares. Também usa esse procedimento para manter a moeda americana estabilizada em paridade ao Real.
Para quem exporta, o ideal é que o dólar esteja sempre valorizado e a nossa moeda desvalorizada. Para quem importa, o contrário é o ideal. Para os consumidores, o dólar alto é um problema e pode causar inflação. Medicamentos, alimentos e utensílios de uso geral ficam mais caros. Ficando mais caros, caracterizam aumento de preços. Conforme a oferta e demanda, as dificuldades aumentam porque as pessoas precisam dispor de mais recursos para adquirir estes produtos.
O Ministro da Fazenda Guido Mantega disse que o Brasil, ao reduzir a taxa de juros, tenta se equiparar aos demais parceiros do hipotético bloco econômico chamado BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. É hipotético, porque apesar de existir nome e alguns acordos bilaterais, ainda não foi formalizado entre todos os envolvidos. As discussões defendidas pelos dirigentes destes países é que este bloco se solidifique. Que faça frente à União Europeia que protege suas transações comerciais com subsídios, encargos e medidas antidumping.
As taxas de juros menores devem ser percebidas pelos usuários de cartões de crédito e de cheques especiais. O conselho dado por especialistas é de que as pessoas tentem se controlar e não entrar nos juros anunciados, mesmo que sejam menores do que os de anos anteriores. A realidade é outra, mas juros são sempre juros. Passando de 1% já é de ficar na cautela e com o pé atrás.
Ainda existem muitas armadilhas no mercado financeiro, como por exemplo, propagandas que oferecem produtos financiados a juros zerados. Só que quando o cliente vai ver, tem que pagar uma certa importância a título de Taxa de Abertura de Crédito – TAC. Então não tem juro zero. Tem engodo financeiro e publicitário. Trata-se de pura propaganda enganosa. Hoje, as pessoas são logradas se quiserem, porque há muita informação disponível quanto às técnicas praticadas no mercado financeiro.
O meu conselho é o mesmo de muitos economistas cautelosos. A linha de pensamento é de prudência. Façamos nossas negociações, todas com a maior lucidez.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

CÁLCULO DO QUOCIENTE ELEITORAL E PARTIDÁRIO


ELEIÇÃO PARA VEREADOR - CÁLCULO DO QUOCIENTE ELEITORAL E PARTIDÁRIO

1.      Quociente Eleitoral:
Forma de cálculo: número de votos válidos computados na eleição para vereador (nominais e nas legendas) divididos pelo número de vagas, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um se superior (art. 106 do Código Eleitoral).
Exemplos:
a) - votos válidos = 11.455 – Número de vagas = 11
b) - votos válidos = 11.458 – Número de vagas = 11

1.1. Exemplo a: 11.455/11 = 1.041, 36 resultando quociente eleitoral igual a 1.041.
1.2. Exemplo b: 11.458/11 = 1.041,63 resultando quociente eleitoral igual a 1.042.

2.      Quociente Partidário:
Forma de cálculo: número de votos válidos (nominais e de legendas) dados a cada partido ou coligação, divididos pelo quociente eleitoral (arts. 107 e 108 do Código Eleitoral).

Tomando-se o exemplo “a”, em que o número de votos válidos é 11.455, resultando quociente eleitoral de 1.041 votos, e que, por hipótese, o Partido "A" obteve 6.247 votos e a Coligação "B" 4.164 votos, computando-se os nominais e na legenda, o quociente partidário seria:
2.1. Partido "A" = 6.246/1.041 = 6 (seis) vagas
2.2. Coligação "B" = 4.164/1.041 = 4 (quatro) vagas
Somadas as vagas distribuídas - 10 (dez) - restaria 1 (uma) vaga a ser preenchida pelo cálculo das sobras.

3.      Sobras:
Forma de cálculo: número de votos válidos (nominais e de legenda) dados a um partido ou coligação divididos pelo número de candidatos a que tem direito + 1.
Tomando-se como exemplo a única vaga a ser preenchida pelo cálculo das sobras no exemplo a, bem como a votação supra mencionada, a 11ª (décima primeira) vaga pertencerá ao partido ou a coligação que obtiver a maior média.
3.1. Partido "A" = 6.246/(6+1) = 6.246/7 = 892
3.2. Coligação "B" = 4.164/(4+1) = 4.164/5 = 833
No exemplo acima, o Partido "A", por ter a maior média de votos, terá a 11ª vaga.
Nota: na eventualidade de existência de mais vagas a serem distribuídas através das sobras, deve-se repetir o mesmo cálculo, para o partido ou coligação que obteve a vaga anterior.
Exemplo: Partido "A" = 6.246/(7+1) = 6.246/8 = 780
Conforme o exemplo acima, a próxima vaga seria da Coligação "B", uma vez que, refeito o cálculo do Partido "A", a média de votos obtida pela referida agremiação partidária seria inferior à da Coligação.

http://www.tre-rs.gov.br/index.php?nodo=339

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

JUROS


Juro é o dinheiro que lhe é cobrado pelo crédito concedido. É a remuneração que a instituição, que lhe concedeu crédito cobra por ter-lhe conferido um empréstimo. Este empréstimo pode ser em forma de dinheiro ou de uma compra a prazo, de um determinado bem ou serviço. O juro é expresso como um percentual sobre este empréstimo em relação ao tempo de cobrança. Este percentual é chamado de taxa de juros e é cobrado como se fosse um aluguel pelo crédito que lhe é concedido.
Os juros aparecem na nossa vida, sempre que optamos por parcelamentos, financiamentos ou consórcios, que demandam tempo para quitação. Eles podem ser de duas maneiras, simples ou compostos. Os juros simples são calculados da seguinte maneira. A taxa de juros é aplicada sobre o valor principal em forma linear. Num exemplo bem simples poderemos compreender melhor esta explicação. Uma pessoa deve R$ 100 reais para outra. O pagamento ficou acertado para dois meses a partir da data da contratação da dívida. A taxa de juros simples aplicada é de 10%. O cálculo é feito multiplicando o valor principal que é de R$ 100 reais pela taxa de juros que é 10%. O resultado é multiplicado por 2 que representam os dois meses. Nesse exemplo o resultado final é R$ 120 reais. O devedor deverá pagar no segundo mês, o valor devido de R$ 120,00. R$ 100 reais do capital emprestado e mais R$ 20,00 de juros simples.
Os juros compostos são os mais comuns cobrados pelas instituições financeiras e casas de comércio. Os juros de cada período são somados e incorporados ao valor principal ou capital. Isso é feito periodicamente para os cálculos de juros de cada próximo período. Num exemplo simples, uma pessoa deve R$ 100 reais para outra. O pagamento ficou acertado para dois meses a partir da data da contratação da dívida. A taxa de juros compostos aplicada é de 10% ao mês. O cálculo é feito multiplicando o valor principal que é de R$ 100 reais pela taxa de juros que é 10%. O resultado são juros de R$ 10,00 que são somados ao capital, resultando em R$ 110,00 no primeiro mês. No segundo mês, o novo capital principal será de R$ 110,00 que é novamente multiplicado pela taxa de juros de 10%. O resultado agora é R$ 11,00 que são somados ao capital, resultando em R$ 121,00 no segundo mês. O devedor deverá pagar no segundo mês, o valor devido de R$ 121,00. R$ 100 reais do capital emprestado e mais R$ 21,00 de juros compostos.
Há dívidas boas e dívidas más. As dívidas boas são aquelas que te trazem mais dinheiro em relação aos juros. Por exemplo, se você compra um imóvel à prazo e este imóvel valoriza mais do que você pagou de juros, então você fez uma dívida boa. Agora, se você compra o imóvel e não consegue pagá-lo ao longo do financiamento, então fez uma dívida má, porque além de perder o dinheiro aplicado, pagou juros excessivos e não ficou com o imóvel.
O certo mesmo, conforme os conselhos dos mais experiente é fugir das dívidas. Tente comprar, sempre que possível, à vista. Se não conseguir comprar à vista no momento, arrume uma maneira de melhorar sua renda e mudar o hábito de compras parceladas. Geralmente estas compras parceladas são recheadas de armadilhas. Juros abusivos embutidos te levam sempre à desembolsar dinheiro. Habitue-se a controlar suas despesas.
Quando uma pessoa tem o dinheiro, pode barganhar com o vendedor por descontos. Pode conseguir preços melhores e pode ainda escolher não comprar numa determinada loja. Ele tem a liberdade de comprar onde bem quiser. Estes são conselhos simples mas que podem ajudar muitas pessoas no seu dia a dia. Pense bem antes de se entregar às dívidas.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O planejamento financeiro nada mais é do que o trabalho realizado no presente, com vistas a alcançar um futuro mais tranquilo. Abrange ter conhecimento de finanças, aprender a controlar as receitas e as despesas. Este conhecimento só pode ser adquirido através de estudo e leitura de temas voltados a administração, contabilidade e economia.
O significado do planejamento é a consumação de um projeto, que envolve discernimento nas escolhas, adotar novos rumos e caminhos com reserva financeira. Aliás, o planejamento objetiva a soma destas reservas ao longo dos anos, para uma espécie de deleite na velhice.
Além de nos colocar mais próximos de nossos sonhos, o planejamento também nos indica caminhos mais curtos. Altera nossa rota natural e faz com que estejamos no controle. Esse controle só escapará de nós, se vacilarmos no contato com o objeto principal do planejamento, que é o dinheiro.
O dinheiro afeta o lado emocional das pessoas. Problemas conjugais e uma menor produtividade são sempre observados, quando há falta de dinheiro. Por essa razão, é imprescindível entender e compreender, de forma mais abrangente a importância da educação financeira.
Dizem que o dinheiro faz mal às pessoas, eu digo que mal faz a falta de dinheiro e não propriamente o dinheiro em si. Portanto, planejar a vida financeira é indispensável e fundamental.
A falta de uma cultura voltada para o controle financeiro faz com que uma grande maioria de brasileiros viva “correndo atrás do prejuízo”. Essa ausência de educação financeira joga o cidadão ao endividamento. As armadilhas estão cada vez mais presentes, como carnês e mensalidades “a perder de vista”. Prestações que cabem no bolso. Juros abusivos e cláusulas absurdas amarram as pessoas, fixam em suas mentes que nunca conseguirão ter nada se não comprarem parcelado. Mesmo que tenham que pagar geralmente o dobro pelo bem.
A matéria “educação financeira” deveria ser obrigatória nos bancos escolares. É tão importante para uma pessoa saber sobre a importância do dinheiro em sua vida, como é aprender história, geografia e ciências. É possível o convencimento pessoal das pessoas a adquirir uma nova cultura focada no planejamento e controle financeiro. Consequentemente, é possível acumular riquezas e realizar sonhos genuínos. Não importa se os rendimentos não são altos agora. Com o tempo, eles crescerão. E como crescerão? Porque com planejamento financeiro, se aprenderá a ter respeito pelo dinheiro.
Ouvi recentemente, que um antigo fazendeiro, que morava aqui em Curitibanos foi procurado certa vez por um rapaz, com o objetivo de um empréstimo pessoal “a juros” como se dizia naquele tempo. O fazendeiro era proprietário de uma vasta extensão de terras e detentor de centenas de cabeças de gado. Ele convidou o rapaz para se esquentarem, ao redor do que sobrara de uma fogueira. Era inverno e as pessoas tinham o costume de fazerem fogueiras para se esquentar, tomar chimarrão e conversar. Enquanto o rapaz tentava persuadir o fazendeiro a lhe emprestar o dinheiro, o jovem tirou um cigarro do bolso. Perguntou para o fazendeiro, se ele tinha fósforo ou um isqueiro. O fazendeiro foi enfático e respondeu secamente: “Não lhe emprestarei o dinheiro que me pediu! Estamos ao redor destas brasas. Você pode acender vários cigarros com este fogo abundante, mas ao invés disso, me pede para que eu gaste um palito de fósforo para acender teu cigarro? Se você não cuida do meu fósforo agora, não cuidará do meu dinheiro futuramente”. Quem contou-me isso afirma que se trata de um acontecido verdadeiro.
Muitas pessoas que são proprietárias de bens valiosos hoje, aprenderam a dar o devido valor ao dinheiro no passado. Entretanto, não se aprende da noite para o dia sobre o planejamento financeiro. Existem várias etapas que devem ser superadas. Espero ao longo destes artigos ajudar aos leitores sobre este assunto tão ausente e necessário em nossa época.