quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Cartão de Crédito como uma bomba relógio?


Era mais ou menos por volta do ano de 1990. Recebi meu primeiro cartão de crédito do então Banco Meridional. Lembro que era da bandeira Mastercard. Eu tinha uma conta corrente na agência de Curitibanos/SC. Logo em seguida, não demorou muito, recebi outro pelo correio. Desta vez, inusitadamente, sem ter conta corrente ou poupança em nenhum banco. Era um American Express Card. Verdinho, bonitinho. Ter um cartão American Express, naquela época, era símbolo de status, e não era para qualquer pessoa. A cidade de Curitibanos estava começando a engatinhar na aceitabilidade de cartões de crédito. Quase nenhum estabelecimento aceitava. Quando aceitava, cobravam uma espécie de taxa de juros sobre o valor da compra, alegando que a empresa que controlava e emitia os cartões, demorava a repassar ao estabelecimento os valores. Quando repassava, era sem juros. Chegava até a ser compreensível, vivíamos em época de inflação galopante.
Pois bem, após estes dois cartões vieram outros, de várias bandeiras. Com vários limites de crédito. Esses limites foram aumentando gradativamente, ano a ano. Eu ia comprando e pagando. Comprando e pagando. Às vezes pagava só o valor mínimo da fatura. No mês seguinte, o valor que eu tinha deixado de pagar, vinha acrescido de juros exorbitantes, fora de uma lógica concisa. Somado com o valor das minhas novas compras. Quando eu podia pagar, pagava tudo, mas quando não podia, enrolava novamente para o próximo mês. E assim fiz por cerca de 18 anos.
Quando me dei conta, eu tinha três cartões. Minha esposa tinha dois. Todo mundo oferecia cartão de crédito para nós. Sempre pagamos certo, com juros ou não.  Consequentemente, oferecemos lucro para essas empresas. Nunca tiveram do que reclamar.
No ano de 2003, eu estava na faculdade, numa aula de economia. Um professor que não reside mais em Curitibanos falou que: “quando uma pessoa chega ao ponto de comprar comida fiado, pagando com cartão de crédito ou cheque pré-datado. Ou quando tem que colocar gasolina fiado e paga com estas ferramentas financeiras, o termômetro deve acusar que as coisas não estão bem”.
Não importa o que as pessoas digam, para mim não fez sentido algum aquelas palavras. Eu estava vivendo naquela situação, e era perfeitamente normal, comprar num mês e pagar noutro com cartão ou cheque pré-datado. Mas estava errado. Com o passar dos anos, aprendi que cartão de crédito é como uma bomba relógio, prestes a explodir.
 E este é exatamente o título de um artigo que li na internet essa semana. Que o cartão de crédito pode ser uma bomba relógio. Não importa o limite que as operadoras de cartão de crédito passem aos seus clientes, duzentos, quinhentos, mil reais ou mais. Se o detentor do cartão não for uma pessoa equilibrada, e organizada, sem que faça um planejamento, não se deve nem sonhar em aceitar ter um cartão de crédito. Não que o cartão de crédito seja um objeto terrível, que não se possa ter de maneira alguma. Absolutamente! Para algumas poucas pessoas com educação financeira e que fazem planejamento, que se consideram equilibradas e competentes, é possível conviver com esta ferramenta na carteira. Aliás, essas pessoas podem transformar isso, numa ferramenta auxiliar. É possível ganhar tempo e ainda algum prêmio só por ter um cartão de crédito.
Vou passar aqui o que aprendi com o constante uso do cartão de crédito por longos anos. É indispensável que os gastos com o cartão de crédito não ultrapassem em hipótese alguma 30% da renda. Vou fazer um exemplo prático aqui:
Se a sua renda for hipoteticamente de R$ 1.000,00 seu limite no cartão de crédito nunca poderá ultrapassar 30% da sua renda. Isto é planejamento. Se você não fizer isso, e gastar mais já estará comprometendo sua renda. Terá facilmente surpresas desagradáveis. O cartão de crédito não é um complemento da sua renda. Não considere o limite de seu cartão, nem os 30% que citei anteriormente como um complemento da renda. Considere que 30% da sua renda devem ser destinados ao pagamento dos gastos mensais do cartão de crédito.
Mas lembre-se que em hipótese alguma você deverá gastar mais do que o estipulado. Considere que não há mais dinheiro acima do limite de 30% da sua renda. Mesmo que haja limite no cartão. No primeiro mês que você receber o novo cartão de crédito, não deverá gastar nada. Pegue os 30% e guarde numa conta corrente ou poupança. No segundo mês, você terá os 30% que guardou e mais os R$ 1.000,00 dos seus rendimentos para pagar os teus gastos. Note que você não precisa mexer nos teus rendimentos para pagar a fatura do cartão, porque tem 30% guardado para esta finalidade. Reserve novamente 30% e guarde como se estivesse pagando a fatura.


Mês
Renda
Reserva
Gastos Cartão
1
R$ 1.000,00
R$ 300,00
R$ 0,00
2
R$ 1.300,00
R$ 300,00
R$ 300,00
3
R$ 1.300,00
R$ 300,00
R$ 300,00
4
R$ 1.300,00
R$ 300,00
R$ 300,00
12
R$ 1.300,00
R$ 300,00
R$ 300,00


Todo o planejamento é importante. Você jamais poderá ser surpreendido se seguir à risca. Porque você sempre terá o dinheiro que reservou para pagar o cartão de crédito. É um bom plano. Mas precisa ter personalidade para segui-lo e por em prática. Você poderá fazer as compras, inclusive, parceladas. Muitas bandeiras de cartões e bancos premiam os usuários através de programas de fidelidade com livros, milhas de viagens e outras quinquilharias.
Com relação às anuidades. Elas devem ser inclusas nas despesas dos 30%. Mas antes devem ser negociadas. É possível que em alguns casos, você não tenha despesas com anuidade.
Para encerrar minha história com os cartões de crédito, quero dizer que me desfiz de todos. Agora não possuo nenhum cartão. Somente uso cartão de débito. Aprendi a controlar melhor minhas finanças. Fazer orçamento, anotar os gastos e policiar melhor as minhas receitas e as despesas. Poderia até possuir cartão de crédito agora. Por opção minha não quis mais. Faz alguns anos que vivo assim. Compro tudo o que necessito depois de muita ponderação e planejamento, deixando de lado as emoções, que são na maioria das vezes, responsáveis por muitas tragédias financeiras.
De vez em quando me oferecem um cartão. Eu sempre recuso. Não quero correr o risco de ter uma recaída. Espero ter ajudado com a receita. O planejamento está aí, porém, há uma necessidade imensa de ser muito competente em seguir este plano. Não quero arriscar. Prefiro não arriscar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Hidrelétrica de Belo Monte

O projeto é polêmico, audacioso e coloca o Brasil em destaque negativo perante o atual mundo globalizado. 
Ontem, assinei pela não construção da Hidrelétrica de Belo Monte, um espécie de abaixo-assinado, num site que já colheu mais de 165 mil assinaturas em todo o mundo, contra a audaciosa construção da barragem no Rio Xingu, no Estado Pará.
A CI-Brasil (Ong Conservation International – Brazil) divulgou seu posicionamento sobre hidrelétrica; a ONG trabalha com índios Kayapó há mais de 18 anos. O documento tem mais de 20 mil páginas. Elas mostram os impactos da construção da possível terceira maior hidrelétrica do mundo, perdendo apenas para a usina Três Gargantas (China) e para Itaipu (Brasil-Paraguai).
A hidrelétrica de Belo Monte propõe o represamento do Rio Xingu com a construção de dois canais que desviarão o leito original do Rio, com escavações da ordem de grandeza comparáveis ao canal do Panamá (200 milhões m3) e área de alagamento de 516 km2, o equivalente a um terço da cidade de São Paulo.
Nem Faraó no antigo Egito teria uma ideia tão auspiciosa. De acordo com os documentos apresentados pelos órgãos que lutam de forma desesperada e contrária à construção da usina, a UHE de Belo Monte vai operar muito aquém dos 11.223 MW aclamados pelos dados oficiais, devendo gerar em média apenas 4.428 MW, devido ao longo período de estiagem do rio Xingu. Em adição, devido à ineficiência energética, Belo Monte não pode estar dissociada da ideia de futuros barramentos no Xingu. Belo Monte produzirá energia a quase 5.000 km distantes dos centros consumidores, com consideráveis perdas decorrentes na transmissão da energia.
O modelo de geração de energia elétrica através da constante construção de usinas hidrelétricas mostra, a cada momento, que os impactos são maiores do que os planejados. Aliado a isso, há no Brasil, um modelo ultrapassado de gestão e distribuição de energia a longas distâncias. Este indicador deveria sinalizar para o Governo Federal uma imediata construção de planejamento de sua matriz energética de forma mais diversificada, melhor distribuindo os impactos e as oportunidades socioeconômicas (ex.: pequenas usinas hidrelétricas, energia de biomassa, eólica e solar) ao invés de sempre optar por grandes obras hidrelétricas que afetam profundamente determinados territórios ambientais e culturais, sendo que as populações locais, além de não incluídas nos projetos de desenvolvimento que se seguem, perdem as referências de sobrevivência.
Eu há muito tempo sei que as grandes barragens sobre florestas causam um aquecimento generalizado do planeta, devido à emissão de gases, principalmente o metano na atmosfera. Isto porque as árvores e tudo o que fica submerso entra em estado de apodrecimento e decomposição. Foi assim com Tucuruí, onde tive o privilégio de presenciar o grande estrago feito pelo homem onde havia uma imensa floresta de mogno e madeiras nobres.
No caso de Belo Monte, a região contestada pela obra apresenta incrível biodiversidade de fauna e flora. No caso dos animais, Ongs apontam para 174 espécies de peixes, 387 espécies de répteis, 440 espécies de aves e 259 espécies de mamíferos, algumas espécies endêmicas (aquelas que só ocorrem na região), e outras ameaçadas de extinção. Há um alerta para o caráter irreversível dos impactos sobre a fauna aquática (peixes e quelônios) no trecho de vazão reduzida (TVR) do Rio Xingu, que afeta mais de 100 km de rio, demonstrando a inviabilidade do empreendimento do ponto de vista ambiental. Segundo os pesquisadores, a bacia do Xingu apresenta significante riqueza de biodiversidade de peixes, com cerca de quatro vezes o total de espécies encontradas em toda a Europa. Essa biodiversidade é devida inclusive às barreiras geográficas das corredeiras e pedrais da Volta Grande do Xingu, no município de Altamira (PA), que isolam em duas regiões o ambiente aquático da bacia. O sistema de eclusa poderia romper esse isolamento, causando a perda irreversível de centenas de espécies.
Na questão cultural e impactos da obra sobre as populações indígenas: O projeto tem desconsiderado o fato de o rio Xingu (PA) ser o ‘mais indígena’ dos rios brasileiros, com uma população de 13 mil índios e 24 grupos étnicos vivendo ao longo de sua bacia. O barramento do Xingu representa a condenação dos seus povos e das culturas milenares que lá sempre residiram.
O trecho de Vazão Reduzida afetará mais de 100 km de rio e isso acarretará em drástica redução da oferta de água.  Os impactos causados na Volta Grande do Xingu, que banha diversas comunidades ribeirinhas e duas Terras Indígenas – Juruna do Paquiçamba e Arara da Volta Grande, ambas no Pará -, serão diretamente afetadas pela obra, além de grupos Juruna, Arara, Xypaia, Kuruaya e Kayapó, que tradicionalmente habitam as margens desse trecho de rio. Duas Terras Indígenas, Parakanã e Arara, não foram sequer demarcadas pela FUNAI. A presença de índios isolados na região, povos ainda não contatados, foram timidamente mencionados no parecer técnico da FUNAI, como um apêndice.
O custo estimado da construção dessa hidrelétrica é de 30 bilhões de dólares. Quase todo o dinheiro oriundo de órgãos ligados ao Governo, como o BNDES e fundos de pensões da Petrobrás e Banco do Brasil.
A Hidrelétrica foi o estopim principal para a saída da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, e na semana passada, derrubou o recém-empossado Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Abelardo Bayma. Ele pediu demissão do cargo por discordar da emissão da licença definitiva para a implantação da Usina Hidroelétrica de Belo Monte. 
As divergências sobre a Hidrelétrica de Belo Monte já provocaram um confronto no governo entre Marina Silva e a então ministra-chefe da Casa Civil, a presidenta Dilma Rousseff. A Presidenta Dilma defende a antecipação dos prazos para a conclusão da usina, prevista inicialmente para outubro de 2015, um ano após o seu mandato presidencial. Para conseguir antecipar a conclusão, como quer a Presidenta, é preciso que o IBAMA antecipe as licenças, mas o Instituto alega que há falhas técnicas a serem reparadas no projeto. E como há falhas.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Congresso discute projeto que libera FGTS para pagamento de dívidas



A notícia saiu recentemente na imprensa! Já imaginou usar o FGTS para pagar dívidas? Exatamente! Há um projeto na Câmara dos Deputados que, se aprovado, libera parte do FGTS para pagamento de dívidas.
De acordo com o Banco Central, por volta de 25 milhões de brasileiros possuem dívidas acima de 5 mil reais. Muitas dessas dívidas, oriundas do próprio descontrole emocional. O fomento ao consumismo desenfreado, a oferta excessiva de empréstimos consignados e o microcrédito às portas, deixa praticamente as pessoas envoltas com os débitos.
No site G1 do provedor Globo tem um exemplo: Raimundo Nonato Souza, representante comercial. Ele confessa que tem dívidas superiores a 100 mil reais. Diz Raimundo que precisou, por necessidade, mudar alguns hábitos: “Você passa a consumir coisas de segunda categoria, corta viagem, corta um barzinho que a gente gosta”. Ele conta que a negociação com todos os credores levou três anos. Agora, finalmente, o nome está limpo. “Sossegado, mais pé no chão”, garante.
Muitos milhões de brasileiros que possuem dívidas tentam quitá-las, mas como nem sempre há a liquidez necessária e imediata, não conseguem fazê-lo. Deixando seu nome ir parar no SERASA ou SPC. Entretanto, muitos desses mesmos endividados possuem um bom dinheiro no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS.
O projeto que está na câmara autoriza o uso do FGTS para os trabalhadores endividados. Conforme o documento, só poderia fazer isso quem tivesse 30% ou mais do salário bruto comprometido com empréstimos e financiamentos e com o nome sujo na praça há pelo menos seis meses. O limite de retirada seria de 40% e o dinheiro iria direto da Caixa Econômica para os credores.
Um dos argumentos do projeto é que o rendimento do fundo fica muito abaixo dos juros de mercado. Hoje, o FGTS pode ser sacado, por exemplo, quando o trabalhador é demitido sem justa causa, na aposentadoria, quando o titular da conta ou algum dependente tem doença grave como AIDS ou câncer e para comprar a casa própria ou abater parcelas do financiamento.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi que permaneceu na pasta após a transição da presidência da república, disse que é contra a ampliação do uso desse dinheiro, mas reconhece que é preciso melhorar a remuneração do FGTS. “Tem que se ter muito cuidado. Eu acho que tem as exceções previstas em lei, eu acho que elas já são boas, agora a remuneração é algo que vamos ter que enfrentar”, diz Carlos Lupi.
A controvérsia é geral, dentro da câmara dos deputados há quem seja a favor, usando o argumento acima, que a remuneração é baixa. Mas há também quem se oponha ferrenhamente ao projeto, achando que a liberação poderá ocasionar numa irresponsabilidade geral, tanto de quem concede como de quem contrai o empréstimo ou dívida. Outro argumento é de que poderá haver uma dificuldade para renegociar a dívida ou a concessão de descontos. Isto porque os credores, sabendo que há esta disponibilidade de pagamento através do FGTS, não tenderão a facilitar a negociação com o endividado.
Ainda quem é contra o uso de parte do FGTS para pagamento de dívidas diz que isto poderá deteriorar parte do patrimônio conseguido com muitos anos de trabalho. A alegação é que esse dinheiro poderá reforçar uma eventual aposentadoria ou ser usado como uma reserva monetária numa situação futura de desemprego.
Sendo a favor, ou contra, o projeto segue timidamente no congresso e ainda poderá ser notícia em muitos meios de comunicação. Vamos aguardar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

As melhores e as piores ações de 2010



O ano de 2010 não foi tão bom para a Bovespa, o Ibovespa acumulou uma leve alta de 1,04%. Isto foi ocasionado por algumas empresas que compõe o índice que prosperaram muito e outras que decepcionaram seus acionistas no ano passado.
O destaque positivo foi a Souza Cruz, uma empresa que sempre foi bem recomendada nos rendimentos de dividendos. O ano passado foi a empresa que obteve o melhor desempenho com uma alta de 65,78%.
Quem ficou com uma imagem negativa foi a estatal Petrobrás. As ações ON caíram 24,33%. Essas ações são denominadas ordinárias. Seus detentores têm direito a voto no estatuto da empresa, além de participar dos resultados da companhia através do recebimento de dividendos. Os dividendos pagos nas ações do tipo ON são geralmente 10% menores dos que os pagos às ações do tipo PN caso não seja especificado pelo estatuto. As ações do tipo ON geralmente possuem menor valor de mercado do que as do tipo PN e também menor liquidez, uma vez que a maioria dessas ações está em poder dos proprietários que não negociam com frequência o papel. As ações da Petrobras PN sofreram baixa de 22,96%. Só para elucidar, essas ações são denominadas preferenciais são as ações que dão prioridade na participação dos resultados da empresa (dividendos), assim como no reembolso do capital, mas não tem direito a voto. As ações preferenciais passam a ter direitos a voto quando a empresa deixa de pagar dividendos mínimos por três anos. Ainda existem ações PNA, PNB ou PNC. Essas são também ações preferenciais que possuem características distintas das preferenciais comuns. Estas características são definidas pelo estatuto. As diferenças variam de empresa para empresa, portanto não é possível fazer uma definição geral desse tipo de ação.
Os analistas de mercado chegaram à conclusão que na média, investir em ações, no ano de 2010, foi uma das piores estratégias financeiras.
No inicio do ano de 2010 havia uma previsão otimista para os acionistas, da mesma forma que há ainda esta previsão para 2011. Investir em ação é de alto risco. Se o investidor comparar o desempenho deste ano com o do ano passado, vai desanimar. Em 2009, por exemplo, a Bolsa subiu 82,7%. O perigo está justamente aí. Num ano as pessoas ganham muito, então todos correm para o mercado de ações. No ano seguinte muitos dos que ganharam no ano anterior perdem muito, como foi o caso do último ano.
No gráfico podemos ver o desempenho da Bovespa desde o ano de 1995. De 2004 até 2007 o crescimento foi constante. Já em 2008 o fechamento acumulou baixa de –41,2%. Não dá para ser vidente nesta questão de mercado de ações.  O pior é que não dá nem para confiar nos analistas de mercado. Pois mesmo esses, se soubessem, quais ações teriam maior lucratividade em dividendos, comprariam essas ações e não precisariam mais trabalhar como analistas.

Maiores altas
  1. Souza Cruz ON: 65,78%
  2. Ambev PN: 50,84%
  3. Lojas Renner ON: 47,83%
  4. Braskem PNA: 44,67%
  5. Natura ON: 36,74%
  6. Ultrapar PN: 34,91%
  7. Sabesp ON: 30,36%
  8. Embraer ON: 28,02%
  9. CPFL Energia ON: 25,67%
10.               CCR Rodovias: 23,17%


Maiores baixas
  1. ALL ON: -51,59%
  2. LLX ON: -50,60%
  3. B2W ON: -33,92%
  4. Fibria ON: -32,23%
  5. Telemar PN: -27,54%
  6. Brasil Telecom: -24,64%
  7. Petrobras ON: -24,33%
  8. Petrobras PN: -22,96%
  9. JBS ON: -22,82%
  10. Telemar N L PNA: -21,86%


 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Balança Comercial brasileira em 2010

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial brasileira bateu um recorde de quatro anos e cinco meses. O superávit em dezembro foi de 5,36 bilhões de dólares. Este valor foi apenas superado em julho de 2006 quando o resultado das importações contra as exportações do país chegou ao patamar de 5,36 bilhões de dólares.
O curioso é que em novembro de 2010 o superávit foi de meros 311 milhões de dólares. Por este resultado subentende-se que os brasileiros terminaram o ano a todo vapor nas exportações. Isto é notório, porque a paridade do dólar frente o real está em baixa, o que, segundo alguns exportadores setoriais, têm dificuldades de competição, no mercado internacional, frente aos custos de produção enfrentados.  O que se aprende com estes resultados é que o Brasil está se modernizando, com maior eficiência administrativa. Administradores graduados e pós-graduados, muitos com MBA em administração, traçando planejamento com competência, planilhas de custos detalhadas, e, sobretudo, a regularidade dos embarques são responsáveis por este superávit.
No ano de 2010, o superávit da balança comercial foi de 20,27 bilhões de dólares. Não é um dos melhores resultados dos últimos anos, mas está acima das previsões dos economistas de muitos bancos que previam um superávit de 15 a 17 bilhões de dólares.
As possíveis causas apontadas são efetivamente, o dólar barato e o crescimento do emprego e da renda. Isto faz com que os brasileiros possam comprar mais, viajar mais e importar mais, tornando-os mais exigentes e consumistas. As compras no exterior ficam mais baratas, enquanto as exportações brasileiras ficam mais caras. Todavia, não há espaço para uma intervenção no sistema cambial como no passado. Já escutei muitas pessoas em Curitibanos falar que o Governo deveria desvalorizar o Real frente o Dólar. Isto iria à contramão do mundo, pois o dólar tem se desvalorizado em quase todos os países nos últimos anos. Além do mais, remédios, alimentos que tem seus preços regulados em dólar, aumentariam sensivelmente, inflacionando o mercado interno brasileiro. Isto seria um caos.
No caso dos exportadores, principalmente os que mais sofrem com a desvalorização do dólar, a minha dica é, tentar de todas as formas minimizarem os custos. Fazer projetos de viabilidade continua, levando em consideração todos os componentes, inclusive o custo de oportunidade.
Curitibanos já foi um grande polo exportador, principalmente madeireiro. Só que os tempos são outros agora. O extrativismo desenfreado acabou. Trazer madeira da Amazônia para processar aqui tem um custo demasiadamente alto. É viável isso?
Os números mostram que no ano passado, segundo números do governo federal, tanto as exportações quanto as importações bateram recordes históricos. A diferença é que as importações avançaram bem mais do que as vendas externas - fator que contribuiu para a deterioração do saldo comercial.
Os tempos são outros. Mesmo se olharmos no gráfico, notaremos que nos últimos três anos houve uma considerável mudança na tendência do saldo da balança comercial. Fica este alerta aos exportadores de Curitibanos.




segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

2011


Econ. Antonio Carlos Popinhaki

Parece até brincadeira. Mas já estamos em 2011. O tempo passa muito depressa mesmo. Não posso dizer que sempre foi assim, mas, ultimamente não temos nem tempo de fazermos quase nada. Tão rápido passa as horas. Com certeza dormimos menos agora. Quando eu era mais novo, era normal dormir as 20:00 horas. Agora não durmo antes da meia noite. Acordo as 06:00 horas já com um monte de tarefas pela frente.
Espero que este ano possa ser o início de uma nova fase positiva para o Brasil. Temos agora uma mulher na Presidência da República. Não a primeira mandatária mulher, pois na época do Império, a Princesa Izabel, deu umas pitadas no poder. Mas agora é República! E neste modelo, a Presidenta Dilma Rousseff é a primeira mulher que comanda o Brasil. Alguns Ministros, ela herdou do Ex-Presidente Lula, outros, ela indicou, buscando, sobretudo, um consenso com os partidos da base aliada. Não criando divergências, haja vista, que precisará do maior número de parlamentares para apoiar as medidas tomadas de agora em diante.
Tem muito trabalho para ser feito. A equipe precisa demonstrar uma enorme competência. Tem a Copa do Mundo, o Trem-bala que deverá ligar Campinas a cidade do Rio de Janeiro, e os preparativos para as Olimpíadas de 2016. A equipe deverá trabalhar de forma sincronizada para que o Brasil se transforme num grande canteiro de obras, tratando assim, da infraestrutura, como estradas, ferrovias, portos, aeroportos e construção de estádios. Aliado a tudo isso, a equipe da nova Presidenta deverá ocupar uma parcela economicamente ativa da população nestas obras, distribuindo renda, e consequentemente, erradicando a pobreza.
Não dá para esquecer o fomento dos programas sociais de distribuição de renda já implantados na gestão anterior como o “fome zero” e o “Bolsa Família”.
Desejo sinceramente que esta nova etapa administrativa seja mais centrada nos problemas sociais dos brasileiros e em beneficio do povo. Que as disputas e rixas partidárias sejam amenizadas. Creio que isso poderá acontecer, pois muitos dos ferrenhos adversários do governo não conseguiram se eleger como foi o caso dos Ex Senadores Arthur Virgílio, Mão Santa, Heráclito Fortes, Tasso Jereissatti, Marco Maciel, entre outros.
Aqui em Santa Catarina, Raimundo Colombo terá que baixar a bola e entrar nos eixos, com as diretrizes de Brasília. Não adianta nada ser oposição a um regime que o povo brasileiro adotou e aprovou. Santa Catarina só perderá se não houver um alinhamento com as ideias e o modo de administrar da equipe executiva presidencial.
Há muito por fazer em Santa Catarina. O Estado tem perdido terreno em muitas áreas. A Industrial, sobretudo. Não adianta culpar o dólar que está baixo. O Estado precisa achar soluções, juntamente com a FIESC. Quem tem competência, que se estabeleça.
O Governador deverá terminar algumas obras que ficaram inacabadas da gestão anterior. Fazer a ligação asfáltica de Curitibanos a São José do Cerrito e outras que ainda são reivindicadas pelo povo de diversos cantos do Estado.
Bom, desejo que o Governador Raimundo Colombo possa ter e fazer uma boa gestão, assim como todos os parlamentares de Santa Catarina, independente da bandeira partidária. Sucesso a todos nós em 2011.